O Brasil pode se tornar o primeiro país da América Latina a proibir a venda de armas de fogo. Segundo o representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Jorge Werthein, a proibição só foi adotada em países do chamado Primeiro Mundo, como Estados Unidos, Canadá e França.
O Brasil pode se tornar o primeiro país da América Latina a proibir a venda de armas de fogo. Segundo o representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Jorge Werthein, a proibição só foi adotada em países do chamado Primeiro Mundo, como Estados Unidos, Canadá e França. Ele disse que nesses países houve comprovadamente redução no número de mortes provocadas por armas de fogo.
O representante da Unesco também avaliou a proibição como extremamente positiva para o Brasil. Ele afirmou, contudo, que o país deve adotar, paralelamente, políticas de inclusão social, "dirigida especialmente à população mais vulnerável, a que mais morre, que são os jovens, principalmente pobres e negros, na faixa dos 15 a 24 anos". Caso contrário, alertou Werthein, "o impacto da proibição da venda de armas seria parcial".
O músico Marcelo Yuka, que ficou paraplégico após ser baleado ao reagir a um assalto, também considera que a população pobre é a maior vítima das armas de fogo no país. Ele disse defender o desarmamento por não acreditar na chamada "paz armada" e por considerar a "forma inteligente de luta do cidadão".
"Eu não estou aqui porque eu sou artista, ou porque sou deficiente e vítima de armas de fogo, mas sim porque sou cidadão", declarou Yuka. "Não estou aqui preocupado só comigo, mas com toda a sociedade que está nessa rota de banalização das armas."