Um novo tratamento contra o câncer de pele, de próstata e de rins começa a ser testado em Minas, através de uma parceria público-privada firmada entre o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais e o Biocancer. O primeiro paciente vai receber a dose inicial dentro de três semanas. A nova tecnologia, chamada de vacina pelos médicos, não têm efeito preventivo, mas terapêutico: vai estimular o sistema imunológico a lutar contra as células cancerígenas.
O medicamento só será aplicado em pacientes com mais de 18 anos e que estejam em estágio avançado de câncer que não tenham obtido resposta satisfatória em nenhum outro tipo de tratamento convencional, como cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, quando indicados. Nenhum paciente deve abandonar qualquer tratamento que esteja fazendo para receber a vacina.
Todas as fases da pesquisa serão feitas em um laboratório do Instituto Alfa de Gatroenterologia do HC/UFMG, que recebeu cerca de R$ 500 mil em equipamentos de fundos de investimento. Os estudos são coordenados pelo cirurgião oncológico Alberto Wainstein, especialista em Imunoterapia de tumores e, pesquisador do instituto e pela farmacêutica Ana Paula Drummond, especialista na pesquisa, desenvolvimento e validação de novos tratamentos para o câncer, também pesquisadora do Instituto Alfa.
A fase um da pesquisa – aprovada por comitês de ética internacionais – vai testar os efeitos tóxicos e benefícios do procedimento. Serão administradas de 3 a 6 doses, dependendo da resposta de cada paciente ao tratamento. O procedimento já foi testado com êxito em outros países, em experiências in vitro e ensaios pré-clínicos.