Pescadores de Jaraguá se reuniram, agora à tarde, para discutir formas de mobilização para lutar contra a retirada deles do local. Segundo eles, a construção de casas em outra área vai prejudicar o trabalho da categoria.
Pescadores de Jaraguá se reuniram, agora à tarde, para discutir formas de mobilização para lutar contra a retirada deles do local. Segundo eles, a construção de casas em outra área vai prejudicar o trabalho da categoria. Esta semana, o prefeito Cícero Almeida (PTB) confirmou que os pescadores serão transferidos para a região do Trapiche. De acordo com o projeto, serão construídas 330 casas.
“Não temos condições de deixarmos esse local e ficar longe dos barcos e jangadas, que são os nossos instrumentos de trabalho”, reclamou a presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Jaraguá, Mariluze Alves dos Santos. De acordo com ela, moram na favela cerca de 400 famílias.
Ela diz que sustentou os seus dez filhos trabalhando e morando na Vila dos Pescadores. Agora, vem a prefeitura e ameaça tirar a gente daqui”, comentou a líder comunitária, acrescentando que a área que está sendo adquirida pelo município não tem condições de abrigar os pescadores.
“A prefeitura quer retirar essas famílias desse local, porque a idéia é construir um estaleiro, balança do peixe, fábrica de gelo, marina e até um shopping center. Mas isso aqui vai ficar triste sem a presença dos pescadores”, observou o professor do Departamento de Ciências Sociais da Ufal, Pamênedes Justino, autor de uma tese de mestrado com o tema “Análise Política e Afetiva da Retirada dos Pescadores de Jaraguá.
Justino criticou a intenção da prefeitura, “não está levando em conta a opinião das famílias. “Essa comunidade que vive há mais de 50 anos em Jaraguá se tornou um patrimônio histórico”, afirmou ele, que participou da reunião. Os pescadores vão solicitar uma audiência com o prefeito Cícero Almeida para demovê-lo da transferência deles para o Trapiche.