O Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecom), que acontece em Maceió até o próximo sábado, foi aberto agora a pouco com uma mesa de debate que discutiu a conjuntura do Governo Lula. Entre os palestrantes estavam a senadora Heloisa Helena (PSOL), o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, o jornalista catarinense Milton Pomar e o vereador por Niterói, Paulo Eduardo Gomes (PT). O evento está sendo realizado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e conta com mais de 1500 estudantes de todo país.
O Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecom), que acontece em Maceió até o próximo sábado, foi aberto agora a pouco com uma mesa de debate que discutiu a conjuntura do Governo Lula. Entre os palestrantes estavam a senadora Heloisa Helena (PSOL), o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, o jornalista catarinense Milton Pomar e o vereador por Niterói, Paulo Eduardo Gomes (PT). O evento está sendo realizado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e conta com mais de 1500 estudantes de todo país.
A senadora Heloisa Helena criticou o governo Lula do começo ao fim de sua apresentação. “Se o governo Lula perdeu legitimidade ao consumar um dos maiores estelionatos eleitorais da história, prometendo mudar a política econômica para, uma vez eleito, dar-lhe continuidade, somos nós que temos que ocupar este espaço deixado por um partido que optou em trabalhar com aqueles que sempre estiveram no poder, através da corrupção”, opinou. Em muitos momentos levantou aplausos, mas alguns militantes também criticaram as posições da senadora, principalmente os estudantes ligados aos grupos mais radicais.
João Pedro Stédile fez um dos discursos mais duros contra o presidente, a quem ele considerou como desinformado, ignorante e despolitizado. “Lula devia ter vergonha na cara, mas isso é difícil porque ele nunca teve ideologia, como o próprio, uma vez já disse que era apenas torneiro mecânico”, afirmou. “Só com a população nas ruas o Estado brasileiro vai resolver os problemas da maioria da população e mudar o seguinte quadro: o sistema político não permite que o povo brasileiro defina o próprio destino, e a política econômica contribui para perpetuar a desigualdade no Brasil”, disse o dirigente.
Milton Pomar fez um levantamento histórico da esquerda na América Latina. Ele lembrou que os partidos que atuam neste campo tem pouca experiência executiva e, que por isso, precisam de mais tempo para aprender a trabalhar com a máquina pública. “Fazer reforma agrária para um milhão de pessoas não acontece da noite para o dia. É um processo longo, complexo e onde teremos um forte tensionamento de forças; daí a necessidade da organização popular”, avaliou. “Este governo não é o que queremos, mas se é assim, porque será que a direita brasileira quer tanto destruir o partido?”, questionou, respondendo que a derrota de Lula seria uma perda fatídica para toda a esquerda brasileira.
O vereador Paulo Eduardo Gomes aproveitou seu tempo para criticar a concentração na mídia brasileira, exemplificando que mesmo nos EUA, foco principal do que ele considerou como ódio da esquerda, tem uma legislação mais efetiva e dura que a brasileira. “Somente o Brasil permite que uma mesma pessoa ou grupo político possa ser dono de rádio, TV, revista e jornal. Isso é um erro histórico”, destacou.
Segundo o diretor regional da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Rafael Soriano, o tema do encontro é “A qualidade de formação frente ao coronelismo midiático”. Ele pretende tratar de temas como a democratização da comunicação, cultura popular e comunicação alternativa, além do intercâmbio de informações entre estudantes de praticamente todas as regiões do País. Os painéis acontecem todas as noites.