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BNB avalia potencial dos setores exportadores do nordeste

Os dados constam no estudo “Desempenho Externo Recente da Região Nordeste do Brasil – Uma avaliação da competitividade e potencialidades de expansão dos setores exportadores estaduais”, que acaba de ser publicado pelo Banco do Nordeste.

A partir do ano 2000, o Estado de Alagoas passou a exportar 58 novos produtos, e estendeu suas exportações a 24 novos destinos, sobretudo para países da Ásia e da África. A diversificação das exportações ocorreu principalmente nos setores de vestuário e seus acessórios, exceto de malha, e outros artefatos têxteis. Mas o novo produto de maior expressão na pauta alagoana pertence ao setor de bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, com participação de 80% do valor total da pauta dos novos produtos. Esse setor, que já foi um dos mais importantes da pauta de exportação do Estado até o início de 1990, praticamente desapareceu da pauta e se tornou o principal grupo de produtos de importação em 1997, mas conquistou em 2002 posição dentre os três principais exportadores.

Os dados constam no estudo “Desempenho Externo Recente da Região Nordeste do Brasil – Uma avaliação da competitividade e potencialidades de expansão dos setores exportadores estaduais”, que acaba de ser publicado pelo Banco do Nordeste.

Escrito pelas economistas Ana Maria de Carvalho Fontenele e Maria Cristina Pereira de Melo, com a colaboração de outros profissionais da área, o livro resulta de pesquisa coordenada pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), do BNB.

No trabalho, as autoras avaliam a performance externa dos Estados do Nordeste a partir de seus setores exportadores, mais precisamente no que diz respeito à qualificação dos principais produtos estaduais de exportação e à adaptação das vendas ao perfil da demanda mundial exposto no período de 1997 a 2003.

CULTURA EXPORTADORA

Entre suas conclusões, o estudo mostra que, de modo geral, as políticas públicas baseadas em incentivos fiscais e financeiros, em implantação de infra-estrutura e em garantia da formação de recursos humanos, implementadas em alguns Estados nordestinos, mudaram a configuração da oferta do Nordeste para o exterior. Assim, apesar das dificuldades, vislumbra-se a possibilidade de se reeditar uma cultura exportadora na Região, podendo trazer, no futuro, a reprodução de performances já registradas anteriormente.

Vinte e seis setores foram responsáveis por 91% das exportações do Nordeste em 2003. Os dois principais – combustíveis minerais e produtos químicos orgânicos – perfazem, juntos, 22% do valor da pauta regional; os cinco seguintes no ranking respondem por mais 30%, enquanto os demais participam com menos de 5% cada.

Outro dado interessante mostrado no estudo: nove setores de exportação do Nordeste têm peso de mais de 20% no total exportado pelo setor no País, indicando a forte especialização regional desses produtos. São eles: produtos químicos, cacau e cobre, para a Bahia; frutas, peixes e algodão, para o Ceará; alumínio, para o Maranhão; Bebidas para Alagoas e outros artefatos têxteis para a Paraíba.