A McLaren foi o destaque do fim-de-semana do Grande Prêmio da Bélgica. Não só pela boa performance dos pilotos, mas pela estratégia e percepção de oportunidade dos membros da equipe, que exploraram bem as situações da prova para manter os dois pilotos na liderança.
Juan Pablo Montoya largou na pole e liderou mais da metade da prova, quando Kimi Raikkonen, então segundo colocado, claramente usando de uma estratégia de equipe, se aproximou do companheiro e assumiu a ponta, onde permaneceu até cruzar a linha de chegada.
A prova teria sido perfeita para a equipe se Montoya não tivesse sofrido um acidente faltando quatro voltas para o final, abandonando. Ele foi ultrapassar o brasileiro Antonio Pizzonia, que está na Williams substituindo Nick Heidfeld, e os dois se chocaram.
Durante toda a corrida em Spa-Francorchamps, marcada pela chuva constante, a McLaren foi a mais rápida a ponto de a melhor volta de Fernando Alonso, da Renault, ter sido cerca de meio segundo mais lenta que uma volta "normal" de Raikkonen.
O resultado, que parecia meticulosamente calculado por Ron Dennis, chefe da Mclaren, adiou a conquista do título de Alonso, que precisava conquistar quatro pontos a mais que Raikkonen para se sagrar campeão por antecedência.
Agora, Raikkonen aparece no Mundial de Pilotos com 86 pontos. Alonso, terceiro colocado na prova, tem 111. Ainda tem 30 pontos em jogo e 25 separam os dois adversários.
Neste domingo, a largada aconteceu com a pista molhada. Apesar de os pilotos terem tentado muitas ultrapassagens, todas foram feitas claramente com muito cuidado. Apesar da atenção, Giancarlo Fisichella, companheiro de Alonso na Renault, bateu forte na Eau Rouge, e causou a entrada do safety car.
Com isso, todos os carros foram para os boxes e aproveitaram para trocar os pneus. A McLaren usou o momento a seu favor. Montoya, que liderava, entrou para o pit stop. Raikkonen, que vinha atrás, segurou os adversário, dando tempo de o companheiro fazer sua troca e voltar para a pista.
Nesse momento muitos pilotos arriscaram colocar pneus para pista seca, mas tiveram que retornar aos boxes na volta seguinte, pois a pista ainda estava bastante molhada – e assim permaneceu até o fim da corrida.
Michael Schumacher, da Ferrari, começou bem a prova. Com o tanque do carro vazio e com uma habilidade em pista molhada que poucos têm, avançou para cima dos adversários logo na primeira volta.
Apesar de ter errado no primeiro pit stop e escolhido pneus para pista, o piloto alemão vinha com força para lutar por um bom resultado. No entanto, dessa vez a sorte não estava ao seu lado. Schumacher foi atingido por Takuma Sato, da BAR, e abandonou.
Nervoso, desceu do carro e foi até o piloto japonês discutir. Argumentou e fez um gesto com as mãos. Sato ficou quieto no carro, sem responder.
Entre os brasileiros, o melhor foi Rubens Barrichello, da Ferrari. Sem muito destaque e aos poucos, ele conseguiu se manter na pista longe de acidentes e cruzou a linha de chegada na quinta colocação – atrás de Jenson Button, da BAR.
Já Felipe Massa, da Sauber, que tinha largado bem, não foi feliz na escolha dos pneus e, optando por aqueles para pista seca, perdeu tempo e desempenho, conseqüentemente não conquistando uma boa posição. Massa terminou em 11º.
Antonio Pizzonia, que substituiu Nick Heidfeld na Williams, não tinha largado bem e até chegou a dizer que estava decepcionado com a performance. Durante a prova deste domingo, no entanto, também conseguiu se manter forte, mas sofreu o acidente com Montoya e abandonou.