Além de mais cara, a travessia deve ficar ainda mais perigosa. A avaliação é do chefe do serviço consular da embaixada do Brasil no México, Gustavo Guimarães.
A decisão do México de suspender acordo e voltar a exigir visto dos brasileiros pode aquecer o mercado de imigração ilegal para os Estados Unidos. Além de mais cara, a travessia deve ficar ainda mais perigosa. A avaliação é do chefe do serviço consular da embaixada do Brasil no México, Gustavo Guimarães.
"A exigência do visto deve diminuir o fluxo de brasileiros que tentam chegar aos Estados Unidos através do México", reconhece o diplomata. "A nossa preocupação agora é com o fluxo remanescente. As rotas vão se tornar cada vez mais inóspitas. Quando a travessia se torna um grande negócio, atrai a atuação de quadrilhas de criminosos, associados ao tráfico de drogas e a todo tipo de delito."
Pelos cálculos de Guimarães, há dois anos, o custo para chegar aos Estados Unidos via fronteira mexicana ficava em torno de U$S 4 mil. Atualmente, esse custo estaria em US$ 15 mil, com possibilidade de aumento para US$ 25 mil com o aumento da fiscalização.
Além de vulneráveis financeiramente, os brasileiros devem ficar mais suscetíveis a longas caminhadas por regiões distantes até mesmo dos povoados mexicanos. Nesses locais, a embaixada do Brasil tem notícia de vários atos violentos cometidos contra os migrantes ilegais. E, justamente por esta situação de irregularidade, os crimes não são denunciados.
Entre janeiro e julho deste ano, 7,2 mil brasileiros tiveram entrada negada no México, ou seja, nem chegaram a sair do aeroporto. Outros 1,3 mil foram deportados após serem detidos nos postos de fronteira pela polícia mexicana. Por dia, aproximadamente 40 brasileiros retornam do México para o Brasil. Aqueles barrados no aeroporto costumam esperar o vôo no próprio setor de embarque. Os detidos na fronteira aguardam a deportação em centros de detenção por quase duas semanas.