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Renan quer ficar em Brasília; e Lessa flerta com Heloísa

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) já decidiu ficar na Presidência do Congresso; o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) admitiu ao Alagoas24horas que “não morre de vontade em ser governador”; e o governador Ronaldo Lessa (PDT) flerta à distância com a senadora Heloísa Helena (PSOL).

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) já decidiu ficar na Presidência do Congresso; o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) admitiu ao Alagoas24horas que “não morre de vontade em ser governador”; e o governador Ronaldo Lessa (PDT) flerta à distância com a senadora Heloísa Helena (PSOL) – que ele pode apoiar na sucessão estadual em 2006. As pedras do xadrez político alagoano seguem nessa direção; no sentido inverso vêm o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) e o deputado federal João Lyra (PTB) – este quer o governo estadual; Collor diz que nada quer, mas ninguém acredita que ficará de fora do processo e se reaproximou de Lyra.
Os amigos mais próximos de Renan sofrem com o dilema do chefe; ele nunca teve chance igual de se eleger governador – é franco atirador; tem mais quatro anos de mandato no Senado e prestígio nacional. Mas, pesou o poder federal; Renan é o presidente do Congresso Nacional e quer influir no processo sucessório presidencial. Renan confessou que só existe uma hipótese de ele aceitar disputar o governo do Estado: se o seu nome for lançado como consenso de todas as forças, inclusive Collor e João Lyra. O senador e o deputado até tem se encontrado e discutido o processo sucessório estadual, mas Lyra se queixa das escapulidas de Renan – o senador nunca deixa transparecer o que pensa; diferente de Lyra, que chega avisando que é candidato.

VICE-PRESIDENTE

O senador Téo Vilela observou a inversão de valores ocorrida no ingresso do governador Ronaldo Lessa no PDT. “Pensava-se que o governador iria aproximar o PDT do PT e do presidente Lula, mas se deu o contrário; o PDT está levando o governador para a oposição e eu dou razão ao Ronaldo Lessa, porque o governo Lula está sendo ingrato com Alagoas. As obras federais prioritárias estão paralisadas e o governo federal pune com rigor os alagoanos, quando aumentou para mais de 20 por cento o percentual para o pagamento da dívida do Estado. O governador teve de recorrer à Justiça contra esse abuso. Logicamente, o governador Ronaldo Lessa tem de ir com calma porque precisa retomar essas obras e negociar melhores condições para o pagamento da dívida”, completou.
O governador Ronaldo Lessa pode ser o candidato a vice-presidente na chapa do PSDB – o anuncio foi do próprio senador Téo Vilela. Ele contou que o presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, indicou o nome de Lessa para compor a chapa tucana no caso de o PDT se coligar com o PSDB. A conversa de Luppi foi com o prefeito de São Paulo, José Serra – o senador alagoano disse que os dois são amigos; mas a proposta vale igualmente para o caso de o candidato do PSDB ser o governador Geraldo Alckimin ou Aécio Neves. “Eu não estou lançando o nome do governador Ronaldo Lessa para vice-presidente; o que estou dizendo é a posição do PDT na negociação para a coligação. Entre o PSDB e o PDT existe a identidade de fazerem oposição ao governo Lula desde o início. E isto, a meu ver, é meio caminho andado para o fechamento do acordo,” acrescentou.

SEGUNDA VIA

Ainda que negue e evite falar sobre candidatura em 2006, ninguém acredita na neutralidade do ex-presidente Fernando Collor; ele pode disputa uma das nove vagas para a Câmara Federal com a expectativa de eleger pelo menos um companheiro de coligação pelo voto de legenda – mas, assessores dizem que Collor não gosta da Câmara; preferia o Senado. A disputa pela única vaga de senador levaria o ex-presidente a enfrentar novamente o governador Ronaldo Lessa – o que os assessores mais próximos não recomendam.De qualquer forma, o peso de Collor no processo eleitoral é reconhecido por todos os candidatos e isto é também um dos pontos que pesa na definição do senador Renan Calheiros de não disputar o governo do Estado – ou disputar, naquela condição de candidato de uma frente ampla. Renan e Collor desconfiam do que um pode armar para o outro.
Essa segunda via do processo sucessório tem Collor e João Lyra, união possível pelas circunstâncias do projeto pessoal para 2006; o ex-presidente tem quase 400 mil votos na prateleira e o deputado tem liquidez para bancar a campanha. Os dois esqueceram os atritos no processo sucessório de 2002, quando Collor disputou o governo do Estado com Ronaldo Lessa, e perdeu. Para alcançarem os seus objetivos, eles sabem que precisam um do outro; a aliança é uma questão de sobrevivência.