Brasília – "Avaliando que a flexibilização da política monetária neste momento não compromete as conquistas obtidas no combate à inflação", segundo a nota divulgada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, baixar de 19,75% para 19,50% ao ano a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). A Selic é usada como taxa de referência para os juros cobrados pelos bancos no país.
A redução da taxa, pelo Copom, é a primeira desde setembro do ano passado. Há exatamente um ano, o comitê endureceu a política monetária elevando a taxa. De setembro de 2004 a maio de 2005, a Selic foi elevada de 16% para 19,75%.
Em sua última ata, divulgada no final de agosto, o Copom prometia acompanhar, atentamente, o comportamento dos preços para definir, na reunião deste mês, os passos seguintes da estratégia de política monetária. O documento apontava para uma provável redução na Selic ao manifestar confiança quanto à existência de um "cenário benigno" para a evolução geral da inflação.
Na avaliação do Copom, a queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) por três meses consecutivos (junho a agosto) contribuía para aproximar o cenário de mercado da meta de 5,1% para a inflação de 2005.
A definição da taxa básica de juros leva em conta a previsão da inflação para os próximos 30 dias e as tendências momentâneas de queda ou elevação nos preços da economia. Também é feita, mensalmente, uma análise da conjuntura nacional e internacional, abrangendo nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos, mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas gerais para variáveis macroeconômicas.