Avaliar os padrões de pobreza e exclusão social de cada um dos municípios brasileiros, com base em cinco indicadores de privação de serviços essenciais e renda, agregando também essas informações para os Estados, regiões e para o Brasil como um todo – esse o objetivo do estudo que acaba de ser publicado pelo Banco do Nordeste, intitulado "Mapa da Exclusão Social no Brasil: radiografia de um país assimetricamente pobre".
O estudo é de autoria do professor e pesquisador José de Jesus Sousa Lemos, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Pós-Doutor em Economia Ambiental e atual secretário de Assuntos Estratégicos do Governo do Estado do Maranhão. O autor criou o Índice de Exclusão Social (IES), para aferir o grau de privações que as pessoas enfrentam em termos de renda, água tratada, saneamento, coleta de lixo e escolaridade. Segundo ele, o IES foi construído a partir da identificação das dificuldades que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tem para aferir padrões de bem-estar (ou de mal-estar) nas economias mais atrasadas.
A pesquisa analisou os indicadores em cada um dos 5.506 municípios dos 26 Estados brasileiros e nos 19 distritos do Distrito Federal. As evidências encontradas mostram que os 200 municípios mais carentes do Brasil situam-se em três Estados da região Amazônica (Acre, Amazonas e Pará), em todos os nove Estados do Nordeste e em Minas Gerais, este último com apenas um município compondo o grupo dos 200 mais carentes.
O estudo conclui propondo mudanças nas estratégias de políticas públicas de curto, médio e longo prazos para reverter os indicadores dramáticos de pobreza e exclusão social encontrados em algumas áreas.
Sotaque da pobreza
"A pobreza tem sotaque, raça e gênero", destacou o professor Lemos, na solenidade de lançamento do livro, em São Luís, afirmando que os maiores contingentes de excluídos no Brasil estão no Nordeste e atingem, principalmente, os negros e as mulheres. Na oportunidade, o cientista disse que, se o Estado do Maranhão conseguir reduzir o IES em 20%, poderá alcançar a meta de gestão do atual Governo de elevação do IDH para 0,700.
O Maranhão é o Estado com o maior percentual de excluídos e nele se encontram os municípios com maior IES (Fernando Falcão) e com menor renda média do chefe da família (Cantanhede).
Segundo o governador maranhense, José Reinaldo Tavares, o livro é uma grande contribuição para o Estado. "Os 27 municípios mais pobres do País estão aqui. Estamos trabalhando para mudar essa realidade e um passo importante foi dado com o lançamento desse livro. Agora, temos um novo rumo, uma direção técnica para tornar o Maranhão viável, progressista e sem problemas sociais", afirmou.
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