O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Rodrigo Collaço, disse hoje à tarde em Maceió que, se não fosse a influência da opinião pública, o escândalo do “Mensalão” terminaria em pizza no Congresso
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Rodrigo Collaço, disse hoje à tarde em Maceió que, se não fosse a influência da opinião pública, o escândalo do “Mensalão” terminaria em pizza no Congresso. Ele foi um dos conferencistas de hoje à tarde do congresso “O Direito em Debate”, promovido pela Almagis (Associação Alagoana dos Magistrados), e que é realizado até amanhã no Hotel Jatiúca.
“A cada dia a sociedade brasileira cobra mais; e a crise política que o País está vivendo não deixa de ser uma oportunidade para crescermos mais ainda”, disse ele, enaltecendo o nível de conscientização da população, que vem cobrando punição para os políticos envolvidos em casos de corrupção. “Se a opinião pública não tivesse o espaço que tem hoje, já tinham feito um acordo (político)”, afirmou, referindo-se aos parlamentares envolvidos com o “Mensalão”.
Collaço afirmou que o ingresso de jovens na magistratura é um “ponto extremamente positivo” para que haja uma transformação no Poder Judiciário. “Essa mudança tem mais a ver com o sentimento de desempenhar bem o seu papel do que com a idade”, comentou, acrescentando que os novos juízes estão comprometidos em melhorar “essa sociedade desigual, que é a nossa”, afirmou.
Para o presidente da Almagis, Fernando Tourinho Omena Souza, o magistrado tem também que ser fiscalizado para corresponder às expectativas da sociedade. “Quando um fiscaliza o outro é mais difícil que a coisa errada aconteça”, comentou.
Tourinho defendeu ainda que a Justiça deve discutir e colocar em prática medidas concretas para evitar a corrupção na política. “O Judiciário não pode mais compactuar com esse tipo de prestação eleitoral, proibindo de vez a existência de Caixa 2”, disse, citando o caso do ex-deputado Roberto Jefferson, que recebeu e não declarou R$ 4 milhões.