A pedido do PTB, eles foram convidados para prestar esclarecimentos no processo disciplinar contra o deputado José Dirceu (PT-SP). De acordo com o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PPS-MG), os diretores serão perguntados basicamente sobre uma suposta reunião com Dirceu na qual o então ministro-chefe da Casa Civil teria avalizado os empréstimos feitos por Marcos Valério para o PT.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouve na próxima semana os diretores do BMG, Flávio Guimarães, e do Banco Rural, Kátia Rabelo. Guimarães depõe na terça-feira e Kátia Rabelo na quinta. A pedido do PTB, eles foram convidados para prestar esclarecimentos no processo disciplinar contra o deputado José Dirceu (PT-SP). De acordo com o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PPS-MG), os diretores serão perguntados basicamente sobre uma suposta reunião com Dirceu na qual o então ministro-chefe da Casa Civil teria avalizado os empréstimos feitos por Marcos Valério para o PT.
Ontem (14), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos do Correios, a diretora do Banco Rural contou ter participado apenas de um jantar oferecido em Belo Horizonte pelo banco a Dirceu. Mas, segundo ela, na ocasião não foi discutida a dívida do PT com o banco. Ela afirmou que o banco tratou com Dirceu sobre o processo de liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco.
O Banco Rural possui 22% das ações da instituição financeira liquidada pelo Banco Central. Segundo Kátia Rabelo, a conversa com Dirceu não chegou "a ponto de discutir a solução para o problema". Ela acrescentou que o Banco Rural desejava um acordo para que o Banco Central repassasse os papéis da instituição ao acionista controlador, Armando Monteiro.
O processo disciplinar contra o deputado José Dirceu foi instaurado no Conselho de Ética no início de agosto a partir de uma representação do PTB contra o ex-ministro. Na representação, o partido acusa Dirceu de "fraudar o regular andamento dos trabalhos legislativos, visando à alteração do resultado das deliberações". O PTB cita os depoimentos de Marcos Valério e sua esposa, Renilda Souza, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios em julho, como provas de que Dirceu sabia dos empréstimos repassados ao PT e avalizou as operações finaceiras.
Marcos Valério e Renilda serão os próximos a ser convidados para depor no Conselho de Ética, possivelmente na última semana de setembro. Assim como os diretores do BMG e do Banco Rural, eles serão convidados a depor por solicitação do PTB. Nesta quinta-feira, o ex-presidente do PT, José Genoíno, depôs a pedido do relator do processo, deputado Júlio Delgado.
Entre as testemunhas indicadas por José Dirceu, já foram ouvidos os deputados Aldo Rebelo (PCdoB – SP), Eduardo Campos (PSB-PE), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o jornalista Fernando Morais. O deputado Júlio Delgado aguarda as respostas, por escrito, de outra testemunha de Dirceu, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "Até a primeira outubro, estaremos com esse processo concluído", prevê o parlamentar mineiro.