As mães tardias desafiam as leis da natureza e enfrentam "a decepção", dizem hoje médicos britânicos em um editorial publicado na revista British Medical Journal.
As mães tardias desafiam as leis da natureza e enfrentam "a decepção", dizem hoje médicos britânicos em um editorial publicado na revista British Medical Journal.
Os ginecologistas Peter Braude e Susan Bewley, do hospital de Saint Thomas, e Melanie Davies, do University College de Londres, assinam um artigo em que condenam a "epidemia" de gestações tardias nas sociedades ocidentais e alertam sobre os perigos de esperar até os 30 anos para ter o primeiro filho.
Estes médicos, que culpam as autoridades de incentivar a desinformação na sociedade e promover a cultura de "ter tudo", lembram que o risco de infertilidade aumenta com a idade, assim como o de sofrer doenças como preclampsia, além de abortos ou gestações ectópicas.
Existe uma tendência nos países ocidentais a ter filhos depois dos 35 anos, e isto representa um "desafio à natureza" que é uma receita para "a decepção".
A partir dos 35 e 40 anos as mulheres têm mais dificuldades para conceber, da mesma forma que os homens, cujos filhos tardios têm mais risco de sofrer esquizofrenia ou transtornos genéticos, afirmam.
Embora as gestações tardias possam não ter conseqüências a individualmente, são uma tendência que seria preciso reverter para promover uma sociedade sadia, acrescentam.
"As instituições médicas se preocupam com as gestações de adolescentes e, por outro lado, ignoram a epidemia de gestações em mulheres de meia idade", observam os médicos.
Também advertem as mulheres para não esperarem para ter filhos pensando que, em última instância, podem recorrer a tratamentos de inseminação, já que estes são falíveis, caros e aumentam o risco de contrair certas doenças.