Nossa emancipação veio naturalmente pelo nascimento e consolidação de uma cultura provincial alagoana. No séc. XVIII nosso contorno geográfico já estava delineado, a linguagem tinha suas peculiaridades distintas da pernambucana, os núcleos populacionais organizados em freguesias, comarcas, vilas, povoações e aldeias mistas. (Dirceu Lindoso).
Seus dois conventos franciscanos passaram a ser notados pela veleidade cultural e pela atividade do clero, surgindo daí, as primeiras gerações de intelectuais. Tornaram-se conhecidas a sua exuberante mata atlântica, a exploração do pau-brasil e o confronto com os franceses; o naufrágio de dom Pero Sardinha, Palmares, Zumbi; o extermínio dos Caetés; os currais do São Francisco, a presença holandesa, Calabar.
Um fato decisivo também, foi quando do inrompimento da Revolução Pernambucana, em que o alagoano e Ouvidor Antônio Ferreira Batalha se posicionou contra e liderou o movimento alagoano em favor da Corôa. Com essa posição do Ouvidor Batalha, sente-se que já havia um sentimento de independência na alma alagoana. Mas, tudo foi fruto de um longo processo e momentos especiais, e, sem dúvidas, o 16 de setembro é um dos mais significativos.
Hoje, nosso Estado desponta na Federação com mesmo sentimento de sua identidade cultural e procurando o caminho do desenvolvimento. É claro, que não somos apenas mar e sol, temos um patrimônio histórico e cultural que precisa ser preservado, e é o que faz a nossa diferença na questão da competitividade turística. Temos cinco regiões geográficas em suas diversas atividades econômicas. Enfim temos um potencial além das nossas belezas naturais.
Por fim neste momento, gostaria de lembrar dois alagoanos que tiveram um imenso amor a nossa terra. Cito apenas esses dois para não cometer injustiças. Um foi o poeta, professor e político Jaime de Altavilla “Em seu canto nativo”. O outro foi Guedes de Miranda, que se referindo a Alagoas assim declarou: “Não sei viver fora de Alagoas, de onde nunca me ausentei por mais de trinta dias. A sua paisagem física e humana, atrái -me como ímã. A terra empolga-me, a terra e sua gente.
Terra boa, cheirosa de corpo limpo, lavada nas águas elásticas dos rios largos, ou na correnteza lânguida dos riachos, embalsamadas de flores inebriantes, de restingas que me sacodem no rosto o hálito de seus perfumes agrestes. Gente boníssima, rude, inteligente, manhosa e arguta, mansa e brava, incoerente, ingrata e generosa. Gente difícil, que é preciso compreender para se amar. Gosto do meu povo, adoro minha terra, a única onde o rio da minha vida fluí, toando às cantigas da minha infância e o cantochão da minha velhice.”