Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra que o índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva despencou dez pontos em três meses, de junho a setembro, indo de 55% para 45%.
Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra que o índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva despencou dez pontos em três meses, de junho a setembro, indo de 55% para 45%.
Além disso, pela primeira vez desde que Lula assumiu, em 2003, a desaprovação é maior que a aprovação (49% x 45%). A confiança caiu 12 pontos e, numa disputa eleitoral pela reeleição, o presidente está tecnicamente empatado com José Serra (PSDB) já no primeiro turno.
Por todos os ângulos, a crise política piorou muito a situação do governo. A queda ocorreu num intervalo que coincide justamente com o período de divulgação de denúncias sobre o "mensalão". O deputado cassado Roberto Jefferson revelou o suposto esquema de propina em entrevista à Folha em 6 de junho. Nesses três meses, o governo vem sendo bombardeado com uma série de suspeitas que abalaram o discurso histórico do PT, partido do presidente.
A desaprovação a Lula subiu 11 pontos, saindo de 38% em junho para 49% em setembro. A avaliação de que o governo é ruim ou péssimo subiu dez pontos, indo de 22% para 32%. A avaliação de ótimo e bom caiu de 35% para 29%. A avaliaçao regular caiu de 41% para 36%.
A confiança dos entrevistados no presidente Lula também caiu, de 56% em junho para 44% neste mês.
De acordo com o Ibope, a desaprovação ao governo foi manifestada por todos os segmentos pesquisados. "Os movimentos mais sensíveis ocorreram no segmento feminino, entre a população jovem e na faixa de 25 e 34 anos, no segmento de escolaridade com ensino médio, no Sudeste e na periferia", enuncia a pesquisa.
Também junto à população de menor renda, que recebe até um salário mínimo por mês – onde Lula sempre registrou saldos positivos – houve forte queda na aprovação, de 41% em junho para 13% em setembro.
O sentimento de insatisfação com o governo Lula após as denúncias de suposto pagamento de mensalão abalou, inclusive, o contingente eleitoral que mostrava maior sustentação a Lula: da região Nordeste. Nessa região, o índice de aprovação caiu de 38% em junho para 17% em setembro.
Na enquete eleitoral, o presidente Lula (PT) e o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), estão empatados tecnicamente na disputa pela Presidência em 2006.
O presidente Lula tem 33% das intenções de voto e Serra, 30%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo, há empate técnico. Na pesquisa anterior, Lula tinha 38% e Serra, 29%.
Segundo dados da pesquisa, 40% dos entrevistados dizem que a economia será afetada negativamente pelas denúncias de corrupção.
Para esse grupo, foi apresentada uma segunda questão sobre alteração de hábitos de consumo. Entre os que acreditam nos efeitos negativos da crise política na economia, 73% afirmam que não estão alterando seus hábitos de consumo; 23% dizem que já estão adiando suas compras e 3% afirmam que estão antecipando as compras.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores entre os dias 8 e 12 de setembro, em 143 municípios.
Com informações do Valor Online e da Reuters