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Educação ambiental nas escolas

Esse é a proposta do Projeto Águas do São Francisco, desenvolvido por cinco professores e um grupo de 19 alunos do 2º ano da Escola Estadual Profª Margarez Lacet, localizada no Tabuleiro do Martins.

Uma idéia aliada à vontade de realizar um trabalho que reúne estudo, pesquisa e conscientização ambiental junto a alunos do ensino médio. Esse é o perfil do Projeto Águas do São Francisco, desenvolvido por cinco professores e um grupo de 19 alunos do 2º ano da Escola Estadual Profª Margarez Lacet, localizada no Tabuleiro do Martins.

O projeto visa conscientizar a comunidade escolar sobre questões ambientais, como a transposição do Rio São Francisco e as atividades da Hidrelétrica de Xingó. A iniciativa surgiu a partir de uma visita que os alunos fizeram à hidrelétrica, no mês passado. Após a viagem, os professores decidiram aprofundar as discussões em torno dos impactos ambientais, sociais e históricos da hidrelétrica e levantar discussões em torno da transposição e revitalização do rio.

O coordenador do Projeto, professor Luciano Clibson da Silva, explica que este é um trabalho integrado e interdisciplinar. "Nosso objetivo é despertar o senso crítico dos alunos para as questões ambientais. Não dizemos que a transposição é viável ou não, mas mostramos os problemas e os benefícios, deixando que eles desenvolvam opinião própria. O importante é que eles estejam cientes do que está acontecendo", explica.

Atividades

Os trabalhos se dividem em pesquisas, palestras e apresentações. Na primeira etapa, realizada em Piranhas, os alunos entrevistaram os moradores e a população ribeirinha, a fim de saber qual a opinião deles sobre a transposição e o funcionamento da hidrelétrica. Essa pesquisa resultou em uma peça teatral desenvolvida pelos alunos.

Em seguida os professores orientaram os estudantes na elaboração das apresentações. Já foram realizadas nove palestras na escola e mais três estão previstas até o final deste mês. Os principais pontos abordados são a construção da hidrelétrica, a geração de energia e as conseqüências da transposição do Rio São Francisco.

Para a estudante do 2º ano, Germani Joaquim da Silva, "o trabalho está sendo bastante produtivo. Além de aprendermos sobre as questões ambientais, adquirimos melhor desenvoltura na apresentação dos trabalhos em sala de aula", comemora.

Palestras

Amanhã, a partir das 8h, os alunos ministram uma palestra voltada para os estudantes do ensino fundamental. Sexta, a partir das 19h a palestra é destinada aos jovens do ensino médio.

Esse trabalho rendeu convites para apresentações em outras escolas. Na próxima terça-feira (27), os estudantes irão ministrar duas palestras na Escola Estadual Deraldo Campos, a partir das 7h, para alunos especiais e do ensino fundamental. Na quinta-feira (29), eles se apresentarão na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, no bairro do Clima Bom, a partir das 8h.

Esse trabalho despertou o interesse também do Núcleo de Educação Ambiental da Universidade Federal de Alagoas (NEA/Ufal). A professora do NEA, Alba Correia, explica que a Ufal desenvolve um trabalho com dez escolas próximas à Universidade em áreas de preservação ambiental. "Escolhemos a Margarez Lacet, devido ao trabalho que ela vem desenvolvendo sobre o meio ambiente. Os alunos monitores se transformam em multiplicadores de conhecimento. Nossa meta agora é capacitar os professores da escola", informa.

O Projeto Águas do São Francisco conta ainda com o apoio de uma ex-aluna, Janayna Paula Santos, que agora trabalha na escola como voluntária, ajudando os estudantes na produção dos textos para as apresentações. "Em 2003 eu participei de um Projeto sobre a cana-de-açúcar, que na época garantiu à escola o prêmio Grupo Ciências, promovido pelo MEC. Na época eu era aluna, hoje transmito meus conhecimentos. É muito gratificante", ressalta Janayna, que hoje é acadêmica de Pedagogia da Ufal.