O parlamentar tem cobrado, com veemência, a realização de debates sobre o tema, com a finalidade de esclarecer melhor o eleitorado, antes da realização do referendo, no próximo dia 23. Tenório também faz críticas a respeito dos gastos com a consulta popular, estimada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cerca de R$ 700 milhões.
O deputado Francisco Tenório (PPS) está preocupado com a proximidade do referendo popular sobre o desarmamento no País e o que considera falta de esclarecimento à população sobre o tema.
Dentro de 30 dias, a população será levada às urnas para opinar sobre a proibição, ou não, do comércio de armas de fogo e munição, conforme determinação do Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo Congresso Nacional. Tenório acredita que, se o comércio de armas for proibido, apenas o cidadão pacato ficará desprotegido. A explicação para isso está no tráfico de armas, muito comum entre as facções criminosas.
O parlamentar tem cobrado, com veemência, a realização de debates sobre o tema, com a finalidade de esclarecer melhor o eleitorado, antes da realização do referendo, no próximo dia 23. Tenório também faz críticas a respeito dos gastos com a consulta popular, estimada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cerca de R$ 700 milhões.
Na opinião do deputado, estes recursos poderiam ser mais bem aplicados pelo governo federal na busca de soluções mais graves para a população, como a redução do déficit habitacional. "Em vez de gastar uma fortuna na campanha de mobilização popular, o governo também poderia investir mais diretamente no combate à violência. Com R$ 400 milhões, seria possível dotar as forças policiais de bons equipamentos", considera.
Para discutir o tema, Francisco Tenório compareceu à palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), na Associação Comercial, e pediu a opinião de FHC sobre o tema. Como resposta, o ex-presidente disse acreditar que o espaço de 30 dias até o encontro dos eleitores com as urnas é suficiente para o esclarecimento dos eleitores.
Tenório critica a falta de argumentos daqueles que se colocam favoráveis ao voto “sim” no referendo. “Estas pessoas se dizem contra o comércio de armas por defenderem a paz. Isso não é argumento suficiente para tratar um assunto tão importante”, diz ele, na experiência de quem foi agente policial, escrivão e delegado de polícia.
Ele declarou apoio à Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), a qual ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o referendo. Segundo o delegado Wladimir Reale, presidente da entidade, se for proibida a compra e a venda legal de armas, haverá aumento do contrabando e a violência não vai cair.
O referendo sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munição deve ocorrer no dia 23 de outubro e o voto é obrigatório. A população deverá responder "sim" ou "não" à pergunta: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". A votação acontece no período das 8h às 17h.