Um dos mais antigos militantes de esquerda do país, Apolônio de Carvalho, morreu no fim da tarde de sexta-feira, aos 93 anos. Desde a última quarta-feira ele estava internado na Casa de Saúde Portugal, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), por causa de uma infecção respiratória.
Comunista desde a década de 30, Apolônio de Carvalho foi um dos fundadores do PT e participou das principais lutas políticas do século passado no Brasil e no exterior.
No início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta defendida pelo ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos de, além de indenizar, promover Apolônio de Carvalho a general-de-brigada causou mal-estar no governo.
O Exército, na época, rebateu dizendo que a promoção contrariava a legislação, pois Carvalho não teria cumprido os requisitos necessários. O esquerdista, por sua vez, disse que não desejava a polêmica e que nunca pediu a promoção.
Nascido em Mato Grosso do Sul, Apolônio serviu ao Exército brasileiro e foi voluntário nas Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola, combatendo o fascismo entre 1937 e 1939. Na França, foi coronel da Resistência na luta contra o nazismo durante a 2ª Guerra Mundial.
Por meio de nota assinada pelo atual presidente nacional do partido Tarso Genro, o PT manifestou "o seu profundo pesar pelo falecimento de seu fundador e militante de primeira linha Apolônio de Carvalho"
O partido também lembrou que Apolônio "defendeu, ao longo de sua vida exemplar, todas as causas que se vinculam à justiça e à igualdade. Trabalhou sempre pela construção do Partido dos Trabalhadores".