Lideranças do MST se reuniram durante toda a tarde de hoje com a direção do Incra negociando a agilização do programa de reforma agrária em Alagoas. Os sem-terra estão acampados na Praça Sinimbu e agora há pouco bloquearam a pista de acesso ao centro da cidade.
Lideranças do MST se reuniram durante toda a tarde de hoje com a direção do Incra negociando a agilização do programa de reforma agrária em Alagoas. Os sem-terra estão acampados na Praça Sinimbu e agora há pouco bloquearam a pista de acesso ao centro da cidade.
Na reunião, que não teve a presença do superintendente regional do Incra, Gino César, a delegada do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Sandra Lira, divulgou um dado que não agradou os trabalhadores rurais: Alagoas é o estado que tem o maior percentual de inadimplência de créditos do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar).
“Crédito do Pronaf não é para comer; é para ser utilizado em projetos de plantio e comercialização dos produtos dos assentamentos. Por isso, muitos agricultores pegam o dinheiro e depois não conseguem mais pagar as parcelas do financiamento”, afirmou.
Segundo a delegada, o Pronaf A disponibilizou créditos no valor de R$ 12 milhões para Alagoas até o final do ano. “Mas a preocupação do ministério é que esse dinheiro não seja devolvido por falta de projetos”, disse, acrescentando que falta também procedimentos técnicos para a regularização de assentamentos dos trabalhadores rurais.
Por sua vez, dirigentes do MST voltaram a criticar a morosidade no programa de reforma agrária. Ao criticar o governo federal e o próprio Incra, lideranças do movimento alertaram que a situação no campo está ficando insustentável, podendo se transformar em um “barril de pólvora”.
Os sem-terra criticaram ainda o Movimento, Liberdade e Trabalho, que é dirigido por Marco Antônio, o Marrom, ex-dirigente do MST. Eles acusam a direção do Incra, na pessoa do superintendente Gino César, de prestar apoio político ao MLT.