Ao assistir o último show da Câmara dos Deputados pelos tele-jornais e pela cobertura radiofônica, fico cada vez mais convencido de que a espinha dorsal da democracia é a Imprensa.
Ao assistir o último show da Câmara dos Deputados pelos tele-jornais e pela cobertura radiofônica, fico cada vez mais convencido de que a espinha dorsal da democracia é a Imprensa.
É ela que por vezes tem feito às ânsias caudilhescas de Lula recuar, fazendo com que o debate e a discussão avancem no sentido do direito e da justiça, no que pese, muitas vezes sendo rechaçada pelas forças faraônicas do que estão no poder. O poder acha que as leis foram feitas para ele, ou até mesmo acha que a lei não o atinge, ou seja, que ela está a seus pés.
Quando a tropa de choque do governo entrou nas dependências do Plenário, sentiu-se ali a força do Executivo sobre o Legislativo. Entrou em cena no clímax da disputa o poder que arrecada e dita as medidas provisórias, para massacrar um poder que faz muito barulho, mas, que por fim, fica a mercê das liberações de suas emendas e de alguns favorecimentos por parte da máquina do governo, e quase sempre só sabe dizer amém.
O governo trabalhista que aí está, como já é sabido, pratica o que há de mais antigo na República, seja: no balcão de negócios; no inchaço da máquina; no tráfico de influência; no pagamento de juros da dívida numa taxa dez vezes mais alta do que as praticadas no mercado internacional; ou até na inovação da prática do mensalão.
A disputa de Nonô x Rebelo foi a luta de um conservador contra um pseudo-progressista. Um conservador que buscou o apoio dos amigos com propostas e discurso próprio num jogo transparente e limpo. Já o progressista entrou em cena com uma tropa de choque do primeiro escalão, com promessas de bastidores encubadas e com a força dos Césares, quais sejam: as moedas de Judas.
Agora, para nós alagoanos, foi à luta de duas almas não gêmeas de destinos diferentes, mas acima de tudo dois alagoanos; a luta do menino rico Thomás Nonô que freqüentava a Fênix em seus áureos tempos, contra o menino pobre Aldo Rebelo que veio de Viçosa pra Maceió de trem onde foi morar na casa do estudante e trabalhar como assistente de repórter no antigo Jornal de Alagoas ganhando um salário mínimo.
Venceu o menino pobre que se tornou burguês em São Paulo – a terra mais rica do país, venceu Aldo Rebelo, venceu o capital. E Alagoas está feliz, porque deu um cheque-mate no país que não teve outra opção, se não, votar num alagoano. Maceió, por outra, neste primeiro dia após a disputa, amanheceu como sempre com um belo dia de Sol. E o maceioense saiu de casa hoje com aquela esperança de que tudo melhore. Esperança essa, que é a força que o povo tem e se agarra para tudo superar e continuar sua caminhada.