A Região Nordeste se destaca como líder absoluta na produção de camarões, sendo responsável por mais de 95% da produção brasileira.
A Região Nordeste se destaca como líder absoluta na produção de camarões, sendo responsável por mais de 95% da produção brasileira. O Rio Grande do Norte é o Estado de maior participação em área (41,50% do total), seguido do Ceará (28,7%), da Bahia (9,1%) e de Pernambuco (7,6%). Juntos, esses Estados também foram responsáveis, em 2003, por cerca de 86% de toda a produção nacional de camarão, consolidando a atividade como uma das mais importantes do setor primário nordestino.
Estas e outras informações sobre a atividade podem ser conferidas no livro "Perspectivas para o desenvolvimento da carcinicultura no Nordeste Brasileiro", de autoria dos técnicos do Banco do Nordeste, José Maria Carvalho, Francisco Leandro de Paula, Ossian Tavares e Rita Ayres. O livro acaba de ser publicado pelo BNB, através do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), e promove uma análise dos reflexos econômicos e sociais do agronegócio do camarão marinho brasileiro.
A publicação contempla assuntos que estão na pauta de discussão da sociedade, como os aspectos ambientais da carcinicultura, e se configura como fonte de consulta para produtores, pesquisadores, instituições governamentais, elaboradores de projetos e empresários ligados ao desenvolvimento da atividade. O trabalho faz ainda uma análise detalhada da produção brasileira nos últimos anos e aborda questões referentes à situação dos mercados consumidores, geração de trabalho, perfil dos produtores e potencialidades da carcinicultura no Nordeste.
Seguindo o objetivo dos autores, "de despertar o empresário para a importância da qualidade do produto, projetando a carcinicultura marinha para a agregação de valor do camarão e conseqüente incremento de sua participação no mercado", o livro traz recomendações sobre práticas a serem adotadas nos financiamentos de camarão cultivado. Para isso, eles fazem simulações de acordo com a localização e o porte do empreendimento e lançam indicadores que comprovam a viabilidade econômica da produção.
Cativeiro
Diferente da atividade de captura, que é interrompida no ciclo de defeso, a carcinicultura marinha é explorada durante todo o ano. A atividade deu seus primeiros passos na década de 1970, mas só recentemente o setor começou a ser explorado de forma empresarial. Os autores explicam que a criação de tecnologias de cultivo, desenvolvimento de rações apropriadas e formas adequadas de acomodação em cativeiro, aliadas às condições geoclimáticas, foram os principais responsáveis pela evolução do produto, que passou de 906 kg/ha/ano em 1996 para 6.400 kg/ha/ano em 2003.
A maioria das fazendas exploradoras de camarão marinho hoje pertence aos pequenos empresários, que detêm 74,92% do número de empreendimentos e participam de 18,84% dos 15 mil hectares de área marinha cultivada no Brasil.
Potencialidades
A participação nordestina no mercado internacional cresceu 2.603%, de 1999 a 2003, e se direcionou principalmente aos mercados americano e europeu. "O Nordeste possui condições favoráveis para a exploração do camarão marinho que, se estruturadas com profissionalismo, poderão torná-lo um grande produtor mundial", concluem os autores. São algumas vantagens: disponibilidade de extensas áreas costeiras apropriadas ao cultivo, tecnologia própria, regularidade da oferta e preferência do mercado externo pelo camarão cultivado.
A Série
A Série Documentos do Etene, da qual o livro faz parte, foi criada com o objetivo de divulgar trabalhos acadêmicos para o público em geral, e do Nordeste, em particular. Os temas abordados na coleção dizem respeito a questões relevantes relacionadas com o desenvolvimento socioeconômico do Nordeste brasileiro. Os interessados em adquirir a publicação devem entrar em contato com o Ambiente de Comunicação Social do BNB, fax (85) 3299.3530, e-mail clienteconsulta@bnb.gov.br ou DDG 0800.78.3030.