Segundo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Lula disse que "compreende a situação" dos deputados petistas que podem sofrer processo de cassação. "Ele [o presidente Lula] falou que reconhecia a situação de dificuldade dos parlamentares", afirmou o deputado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou nesta sexta-feira com os deputados do PT que são alvos de cassação. Lula participou de reunião com a bancada petista na Câmara para debater as estratégias para os próximos 12 meses, a crise no governo e a reeleição.
Segundo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Lula disse que "compreende a situação" dos deputados petistas que podem sofrer processo de cassação. "Ele [o presidente Lula] falou que reconhecia a situação de dificuldade dos parlamentares", afirmou o deputado. "Ele disse que o que piorou a crise é que no início se falava que não tinha nada, depois foram aparecendo coisas, gerando insegurança em todo mundo", acrescentou.
De acordo com o ministro Jacques Wagner (Relações Institucionais), que participou da reunião, Lula não considerou de forma antecipada os deputados culpados. Conforme o relato de Wagner, o presidente avaliou que se houve erro nos financiamento das campanhas, foi um erro do PT.
Na reunião, o presidente afirmou ainda que se o partido tivesse assumido seus erros desde o início das denúncias, a crise não teria tomado grandes proporções.
Lula pediu à bancada do petista na Câmara intensifique a ofensiva política, segundo informou o líder do PT na Casa, Henrique Fontana (RS). "Essa estratégia é para que o nosso governo seja vitorioso e nos permita ter uma chance maior de vencer as eleições do ano que vem", afirmou o deputado
Entre os deputados "cassáveis", estiveram no encontro José Dirceu (SP), Paulo Rocha (PA), Professor Luizinho (SP), João Paulo Cunha (SP) e José Mentor (SP).
Também não foi confirmada a possibilidade de eles renunciarem. "Eu não cogito renunciar. Quero saber primeiro sobre minhas acusações", disse Mentor.
Rocha, que também corre o risco de ser cassado, afirmou que "ainda é cedo" para decidir se vai renunciar ao mandato. O deputado disse que vai aguardar a definição sobre a tramitação do caso e defendeu a individualização dos processos de cassação pela Mesa Diretora da Câmara.
Na reunião, os petistas fizeram um balanço positivo da eleição do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a presidência da Casa e avaliaram que o governo retomou o fôlego para manter a base aliada unida.
Como a política econômica também fazia parte da pauta, participaram da reunião os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.