Motivados pela necessidade de capacitar profissionais e conscientizar a sociedade sobre a importância do preparo correto de alimentos, seguindo normas de higiene e controle da qualidade, reaproveitamento e redução do desperdício, o Sebrae em Alagoas e diversas instituições parceiras realizam a Semana de Alimentos Seguros. O evento acontece, entre os dias 14 e 21 de outubro, em Maceió.
Higiene e manipulação correta de alimentos são temas da Semana de Alimentos
Motivados pela necessidade de capacitar profissionais e conscientizar a sociedade sobre a importância do preparo correto de alimentos, seguindo normas de higiene e controle da qualidade, reaproveitamento e redução do desperdício, o Sebrae em Alagoas e diversas instituições parceiras realizam a Semana de Alimentos Seguros. O evento acontece, entre os dias 14 e 21 de outubro, em Maceió.
Higiene, manipulação e reaproveitamento de alimentos são temas das palestras e oficinas realizadas em diversos locais da capital alagoana a partir da próxima sexta-feira (14).
Sabor, aroma, beleza. Estas são as principais características que um alimento deve apresentar para aguçar o apetite de uma pessoa. Mas, não são apenas o gosto, o cheiro e as formas que devem atrair a atenção do consumidor. As normas de segurança alimentar, ainda desconhecidas por grande parte população, também deveriam estar entre as preocupações dos consumidores.
O Brasil tem se destacado mundialmente por seu potencial produtor de alimento. No entanto, o País encontra graves problemas de qualidade e segurança que dificultam a competitividade e criam impedimentos para a comercialização dos produtos no mercado internacional.
Um exemplo disso é a produção de leite, um dos alimentos mais freqüentes na rotina alimentar da população mundial. Enquanto o mercado internacional estabelece como limite aceitável a média de 200 mil bactérias por mililitro (ml), no Brasil, essa média é de aproximadamente 900 mil.
Segundo Roberto Amaral, consultor em Alimentos Seguros do Sebrae em Alagoas, a quantidade elevada de bactérias encontradas no leite brasileiro compromete não só a qualidade e comercialização do produto. “As empresas que não possuem controle de qualidade adequado podem comprometer a saúde do consumidor”, afirma Amaral. “O descontrole da qualidade provêm, principalmente, da falta de informação e ambientes adequados de produção, cultivo, transporte, armazenamento e distribuição dos alimentos”, completa o consultor.
A Semana de Alimentos Seguros, organizada com o apoio do Senai, Senac, Sesc, Senar, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Embrapa, Secretaria Executiva de Saúde e Vigilância Sanitária de Maceió, está em sua segunda edição e visa, além de sensibilizar a comunidade, divulgar o Programa de Alimentos Seguros (PAS), estimulando sua implantação nas empresas de grande e pequeno porte de Alagoas.
De acordo com Ana Luzia Vasconcelos, coordenadora do PAS no Sebrae em Alagoas, a aceitação e participação do público nas ações da primeira semana, realizada em 2004, foi o que impulsionou a reedição do evento.
Além das palestras e oficinas, a novidade da programação deste ano é uma caminhada na orla de Ponta Verde, no próximo dia 16, Dia Mundial da Alimentação, para mobilizar a sociedade sobre a qualidade e o desperdício de alimentos.
Também será realizada uma Mostra Científica com 11 pesquisas, produzidas por profissionais e estudantes de nutrição, biologia, veterinária, engenharia de alimentos e agrônomos da Ufal, Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac) e Vigilância Sanitária, na área de segurança alimentar e inserção de boas práticas em alimentos nos arranjos produtivos locais (APL) de laticínio, apicultura e piscicultura.
O Programa de Alimentos Seguros (PAS) foi criado em 2002, por meio de uma parceria entre Confederação Nacional da Indústria (CNI), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Embrapa, Senai, Sebrae, Sesi, Senar, Sesc e Senac. O objetivo era garantir a melhoria na saúde da população, por meio da atuação nas empresas de produção, beneficiamento, manipulação e comercialização de alimentos.
A segurança alimentar proposta pelo PAS está organizada desde o campo, passando pela indústria, transporte e distribuição, até chegar à mesa do consumidor. “Em Alagoas, as ações do PAS estão sendo desempenhadas dentro de uma visão sistêmica do processo, contemplando toda a cadeia produtiva alimentar e também os APL”, revela Ana Luzia.
Com uma metodologia própria, baseada em normas internacionais de segurança alimentar, a implantação do PAS nas empresas representa benefícios não apenas para quem consome os alimentos, mas, sobretudo, para os empresários do setor.
As vantagens são inúmeras. Vão desde a redução de custos, conseqüência da adoção de sistemas produtivos focados na diminuição das perdas e aumento da durabilidade, até a elevação do valor agregado. Outro grande benefício é a possibilidade de credenciamento do produto para exportação, já que no setor de alimentos, só podem ser exportados produtos que atendam às normas do Programa de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), uma das ferramentas utilizadas pelo PAS.