A Polícia Civil encontrou por volta das 17h desta quarta-feira o corpo do médico-legista Carlos Delmonte Printes em seu escritório na Vila Clementino (zona sul de São Paulo). O perito participou das investigações do caso Celso Daniel.
A Polícia Civil encontrou por volta das 17h desta quarta-feira o corpo do médico-legista Carlos Delmonte Printes em seu escritório na Vila Clementino (zona sul de São Paulo). O perito participou das investigações do caso Celso Daniel.
A causa da morte ainda não foi revelada, mas a polícia trabalha com a hipótese de que ele tenha sofrido um infarto. O caso está sendo apurado pela 16º Distrito Policial.
O prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi assassinado em janeiro de 2002, e o inquérito final, hoje reaberto, concluiu na época pela tese de crime comum (seqüestro seguido de assassinato).
Printes foi o primeiro a analisar o corpo e a sustentar que o político foi torturado. Ele, que disse ter sido "censurado" durante três anos, afirmou que considerava inverossímil a tese de crime comum, idéia defendida até hoje por integrantes do PT, partido do qual Celso Daniel fazia parte.
Entretanto, há suspeitas de que a morte do prefeito de Santo André estaria relacionada a um suposto esquema de corrupção montado na cidade. A família do prefeito morto sempre defendeu pela tese de crime político.
O legista tinha uma carreira de 21 anos e afirmava ter feito mais de 20 mil autópsias.
O prefeito foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002 e encontrado dois dias depois, em uma estrada de terra com marcas de tiros e sinais de tortura. Cerca de seis meses após o crime, a Polícia Civil encerrou o inquérito e responsabilizou seis homens da favela Pantanal pelo assassinato, com a conclusão de que havia sido um crime comum.
Em agosto deste ano, a Polícia Civil reabriu as investigações devido às recentes denúncias apresentadas na CPI do Mensalão.
Após analisar o corpo de Daniel, Printes havia estabelecido uma ordem sobre o que teria ocorrido. Primeiro, disse o perito, o petista sofreu uma lesão próxima ao ouvido esquerdo. Horas depois, foi queimado nas costas, provavelmente com o cano do revólver, e atingido por estilhaços de balas de uma arma disparada perto do corpo. Depois, atiraram ao lado do rosto de Daniel. Por último, disparos no tórax e no abdome.