O medo das autoridades é que a expansão da doença continue fechando as portas no exterior para o Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina.
As autoridades brasileiras ordenaram o sacrifício de cerca de 280 cabeças de gado numa fazenda vizinha à do estado do Mato Grosso do Sul na qual foi registrado um foco de febre aftosa, segundo informaram hoje fontes oficiais.
"Há suspeitas de que oito vacas da fazenda Jangada contraíram aftosa, e decidimos sacrificar todo o rebanho da propriedade", afirmou o diretor da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro), João Cavallero, à agência de notícias Campo Grande News.
Cavallero disse que optou por sacrificar todas as vacas como medida preventiva, apesar de ainda não haver resultados dos exames de laboratório.
Segundo fontes do Ministério da Agricultura citadas pela agência Globo, o Governo investiga sérias suspeitas de focos de aftosa em seis fazendas de uma região do Mato Grosso do Sul perto da fronteira com o Paraguai.
Cinco dessas fazendas ficam no município de Japorã e outra no de Eldorado, onde na semana passada foi confirmado o primeiro foco de febre aftosa.
Na fazenda Vezozzo, em Eldorado, onde foi confirmado o foco da doença, 582 cabeças de gado já foram sacrificadas.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, pelo menos 6 mil animais serão eliminados para evitar a expansão da aftosa.
O medo das autoridades é que a expansão da doença continue fechando as portas no exterior para o Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina.
Pelo menos 30 países, entre eles os 25 da União Européia (UE), já embargaram parcial ou totalmente as importações de carne brasileira devido ao foco de aftosa confirmado na semana passada no Mato Grosso do Sul, que é o maior pólo criador de gado do país e tem um rebanho de 25 milhões de cabeças de gado.
Entre os países que suspenderam as compras de carne está a Rússia, o maior cliente da carne bovina brasileira.
Segundo cálculos dos produtores, o Brasil pode perder cerca de US$ 1,5 bilhão em exportações de carne bovina nos próximos dois anos, período que precisará para normalizar o comércio do produto.
Entre janeiro e agosto, o país exportou US$ 2,164 bilhões em carne bovina.