A cúpula da Secretaria de Defesa Social, Comando Geral da Polícia Militar e associações de cabos, soldados e oficiais se reuniram a portas fechadas com o governador em exercício, Luis Abílio. Motivo da reunião – segundo os militares – é que a situação dos salários defasados da Polícia Militar “está insuportável”, como coloca o soldado Wagner Simas.
A cúpula da Secretaria de Defesa Social, Comando Geral da Polícia Militar e associações de cabos, soldados e oficiais se reuniram a portas fechadas com o governador em exercício, Luis Abílio. Motivo da reunião – segundo os militares – é que a situação dos salários defasados da Polícia Militar “está insuportável”, como coloca o soldado Wagner Simas.
O governador não quis falar com a imprensa antes das negociações. Abílio entrou na reunião sem saber quanto os militares queriam de fato, mas já estava embasado com cálculos da Secretaria de Planejamento. Eis o problema a ser contornado pelo Estado: Os militares – segundo os presidentes das associações presentes – não abrem mão dos 24% de aumento.
“O governo não obedeceu a data base de maio. O último aumento que tivemos foi de R$ 70, em 2004. Este foi apelidado pela corporação de vale gás”. Para Abílio, o Governo só pode dar aumento se este for real e não representar problemas futuros para o Estado. “Dar um aumento que o governo não possa pagar, é o mesmo que não dá o aumento. Nós temos que ser responsáveis. Reconheço que o direito deles é legitimo, mas existem as questões orçamentárias do Estado”, colocou o governador.
Além do aumento, a proposta dos militares pede o pagamento das horas extras noturnas, que segundo eles vem sendo pagas aos policiais que trabalham no Palácio dos Martírios, que conta hoje com 200 militares a sua disposição. O menor salário da Polícia Militar – atualmente – é R$ 400 para soldados, mas o teto da corporação pode chegar a R$ 7 mil, que é o caso dos coronéis.
De acordo com o major PM Lucena, estes salários estão entre os piores do país. “Em Brasília, por exemplo, um cabo PM ganha em torno de R$ 2.500. Nós acreditamos que evitaremos o aquartelamento, pois sabemos do bom senso do Governo do Estado, que sempre esteve ao nosso lado, em busca de soluções. Mas a reivindicação faz parte da construção de um estado democrático de direito”, colocou o major, que chegou a citar filósofos como Locke e Montesquieu, em seu discurso – defensores da democracia iluminista (século XVIII).
Outro ponto a ser debatido na reunião, será a igualdade entre os policiais que exercem o trabalho nas ruas e aqueles que cumprem função administrativa. “No nosso entendimento, ninguém merece privilégio”, complementou major Lucena. A reunião ainda está ocorrendo e deve acabar por volta de 13h, quando Abílio se reunirá com prefeitos alagoanos.
Só após a reunião é que o governador se pronunciará sobre o possível aumento para os militares.