A dívida cresce devido ao pagamento de juros dos papéis. A taxa básica de juros da economia, a Selic, remunera mais da metade dos títulos da dívida.
A emissão de novos papéis da dívida e as taxas de juros elevadas fizeram a dívida pública em títulos subir mais um pouco em setembro. No mês passado, a dívida mobiliária subiu 1,3% em setembro, para R$ 933,22 bilhões. Em agosto, era de R$ 920,79 bilhões. Embora o mais elevado da série, está dentro do programado pelo governo no PAF (Plano Anual de Financiamento), que é uma dívida entre R$ 940 bilhões e R$ 1 trilhão.
A dívida cresce devido ao pagamento de juros dos papéis. A taxa básica de juros da economia, a Selic, remunera mais da metade dos títulos da dívida. Como os juros estão em um patamar elevado – em setembro, a taxa sofreu um corte de 0,25 ponto percentual e ficou em 19,5% ao ano -, isso colabora para o crescimento da dívida.
Ainda assim, a parcela da dívida formada por esses títulos – pós-fixados e que oscilam fortemente com as mudanças de humor no mercado – tiveram uma leve queda em setembro, passando de 55,85% em agosto para 54,33% no mês passado. Já a parcela da dívida prefixada subiu de 23,87% para 25,76%. A estratégia do Tesouro é aumentar a participação desses títulos. Já a parcela da dívida indexada a índices de preços teve uma ligeira queda, e passou de 13,71% para 13,63%.
A parcela da dívida atrelada ao dólar cedeu mais um pouco, passando de 4,11% em julho para 3,82% no mês passado, a menor já registrada na história do país. Essa parcela já chegou a 40% em 2002.
Contribuiu para essa queda a apreciação do real frente ao dólar ocorrida no mês passado, que diminuiu a dívida em R$ 2,3 bilhões.
Outro fator positivo para o perfil da dívida brasileira em setembro foi a redução da parcela da dívida que vence no curto prazo – em até 12 meses – está em 41% do total, contra 42,7% em agosto.
Já o prazo médio da emissões passou de 27,9 meses em agosto para 27,5 meses em setembro.
um dos principais títulos da dívida externa do país – registrou estabilidade.
Após abrir em baixa, o dólar comercial opera em leve alta nesta segunda-feira. Às 11h08, a divisa norte-americana registra alta de 0,08%, cotado a R$ 2,2660 para venda. Os investidores estão cautelosos em relação ao Federal Reserve (Fed, o BC americano), que pode manter a trajetória de alta dos juros. Os investidores aguardam a abertura das Bolsas americanas às 11h30, e a divulgação de balanços corporativos da farmacêutica Merck, da Amazon e também da Shering-Plough.
Em relação aos dados econômicos internos, o mercado financeiro viu com bons olhos o saldo da balança comercial que apresentou superávit de US$ 1,004 bilhão na semana passada apesar da confirmação da febre aftosa em Mato Grosso do Sul e das suspeitas no Paraná. Analistas também ficaram satisfeitos com o resultado e, mesmo com os embargos impostos por mais de 40 países à carne brasileira, elevaram pela quarta semana consecutiva a previsão de superávit comercial em 2005, de US$ 41,72 bilhões para US$ 42 bilhões.
Outro dado observado pelos investidores hoje foi a revisão das previsões para a inflação do ano, estimando alta para todos os indicadores, mas com resultados em linha com as previsões. A projeção para o IPCA passou de 5,22% para 5,31%. Já para 2006 a previsão permaneceu a mesma.