Senadora defendeu a mobilização durante pronunciamento em que denunciou a situação de municípios do seu estado, há mais de 50 dias sem água.
Em discurso hoje, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) sugeriu que a população organize um protesto contra a visita do presidente norte-americano George Bush, que estará no Brasil entre os dias 5 e 6 de novembro. Ela defendeu a mobilização durante pronunciamento em que denunciou a situação de municípios do seu estado, há mais de 50 dias sem água. Para a senadora, isso está ocorrendo porque o governo federal nega recursos para obras de infra-estrutura, com o objetivo de acumular superávit para agradar os banqueiros.
Ironicamente, a senadora considerou uma pena que o churrasco a ser oferecido pelo presidente brasileiro a Bush não esteja contaminado com aftosa, para que "aquele cão louco pudesse voltar com a boca cheia de afta, produzindo muita saliva, para ver se se envergonhava diante de tudo o que produziu de dor, miséria e sofrimento, não apenas com sua política econômica, mas jogando mais da metade do orçamento americano para a produção de armas e de guerras" – acrescentou a senadora, ressaltando a importância de uma mobilização da população brasileira contra a visita de Bush.
– Espero que aqueles que ficam sabendo que mulheres são estupradas com fuzis, que crianças têm seus crânios estourados pelas balas produzidas pelo governo americano, façam o protesto que é necessário na próxima semana, com a vinda daquele que posa de delegado da humanidade e que às vezes é tão ousado que fala em nome de Deus, e se posiciona tal qual o filho do Lúcifer, mas fala em nome de Deus em seu moralismo farisaico.
No mesmo discurso, Heloísa Helena homenageou os trabalhadores do setor público, que comemoram seu dia neste 28 de outubro. "Quero homenagear de forma especial os trabalhadores desta Casa, que são essenciais para os nossos mandatos legislativos, sem dúvida essenciais para que possamos cumprir nossas obrigações constitucionais".
A senadora também pediu ao governo federal para que reabra as negociações com os trabalhadores que estão em greve. "São muitos os trabalhadores das universidades que estão em movimento de greve, pela insensibilidade do governo. Mais uma vez faço um apelo ao governo federal pela reabertura das negociações, no sentido de que os trabalhadores do setor público, que estão em paralisação, possam retornar às suas atividades, garantindo a dignidade do seu trabalho".