Vice-governador diz que deputado faz “discurso eleitoreiro” e defende que a sociedade confronte indicadores de gestão
O vice-governador Luis Abílio (PDT) rebateu nesta segunda-feira as acusações do deputado federal João Lyra (PTB), segundo as quais o governo de Alagoas não dialoga com os servidores nem fez uma “programação” relativa à aplicação dos recursos públicos. “Na ânsia de antecipar o debate eleitoral, o deputado comete mais deslizes. Alguém precisa dizer a ele que não cola ficar tentando imputar ao nosso governo o diagnóstico da gestão passada, quando o partido dele avalizou o pior desastre administrativo da história alagoana”, disse Abílio, que deseja comparar os números governamentais. “Vamos pedir à sociedade que confronte o presente com o passado.”
Com relação aos servidores públicos, o vice-governador afirmou que o governo Ronaldo Lessa instituiu uma nova política de recursos humanos. “A mudança que ele anda pregando que irá acontecer começou desde 1999, quando Ronaldo ganhou as eleições do candidato do partido dele. Pegamos ali a maior plantação de abacaxis para descascar. Nenhum governante recebeu naquela época um Estado tão endividado como o nosso”, rememorou Abílio. “Nem o salário mínimo do governo federal o PTB pagava aos servidores estaduais, avalie recolher o FGTS. “É essa dívida de quase 40 anos que vamos começar a pagar”, complementou, para depois informar que o Estado paga agora um piso superior a R$ 300,00.
O vice-governador mostrou o resultado de uma relação que ele considera democrática no trato com o funcionalismo estadual. “Sempre cultivamos o diálogo com as representações dos servidores e avançamos bastante em termos de conquista”. No entendimento de Luis Abílio, os eventuais oponentes ao governo Lessa cometerão um “erro fatal” ao insistir em desconhecer a retomada do desenvolvimento de Alagoas. “Melhoramos os indicadores sociais, que nos foram entregues em patamares vergonhosos. E demos rumo a nossa terra.”
Os indicadores de gestão e os números que aferem a performance do governo de Alagoas, segundo o vice-governador, apontam para o acerto nas decisões referentes às políticas públicas. “A sociedade está acompanhando, conserva na memória tudo de triste que ocorreu antes de 1999 na atividade pública estadual e aprova de forma contundente o nosso governo”, afirmou o vice, que passou as duas últimas semanas respondendo pelo cargo de governador, já que Lessa tirou alguns dias para descansar.
Atribuindo à “desinformação” a afirmativa de João Lyra de que “faltou programação” nas finanças estaduais – “Se não for desinformação, é falta de discurso para se opor ao nosso governo” -, Abílio disse que Lessa herdou, em 1999, a maior dívida pública proporcional entre as demais unidades federadas.
“Além do mais, o governo do partido dele (Lyra) entregou o Estado isolado de Brasília, porque a inadimplência com os organismos federais era crônica”. Para o vice-governador, o grupo de João Lyra patrocinou o “atraso econômico” de Alagoas. “Como ele pode falar em mudanças e respeito ao servidor depois do PDV, da falta de concurso, dos 16% do funcionalismo, da falta de recolhimento do FGTS, do atraso da folha em até nove meses?”, alfinetou.
Sobre as secretarias de Estado, Abílio identificou um “conteúdo eleitoreiro” no anuncio de Lyra de que governa o Estado com apenas dez pastas. “Só se for da maneira que ocorreu no passado e que foi entregue pelo partido dele a Lessa. A máquina estava praticamente paralisada. A antiga SSP recebia míseros R$ 80 mil reais e os destacamentos policiais no interior viviam dependendo das prefeituras, disse Abílio. “Era humilhante.”
O vice-governador disse que Alagoas não possuía sequer a Secretaria da Indústria e do Comércio. “Não vou nem falar nas outras, como a Defensoria Pública, que garante advogados para os necessitados”. Abílio deixou claro que irá defender o governo toda vez em que houver acusações injustas, ou tentarem antecipar o debate eleitoral com base em dados inverídicos. “A estranha receita que ele passa para o Estado não é nem levada em conta pela prefeitura de Maceió, que funciona com cerca de 30 unidades.”
“Temos muito orgulho em dizer que iniciamos o ajuste social e implantamos um ajuste fiscal responsável que mudou o caminho da gestão pública estadual nos últimos tempos.” Ao final, o vice externou que as forças políticas responsáveis e os dirigentes partidários, que cultuam uma visão contemporânea de desenvolvimento, terão a responsabilidade de garantir a continuidade dessa nova conjuntura socioeconômica vivida em Alagoas.