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Procurador revela participação do crime organizado em Alagoas

Em entrevista coletiva na sede do Ministério Público, o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, contou como está sendo investigado os assassinatos de Fernando Fidélis e Cícero Belém. Para o procurador-geral, tudo está ligado ao crime organizado, que “nunca morreu no Estado”.

Elaine Rodrigues

Procurador-geral explica que o caso é investigado pelo MP e Polícia Civil

Em entrevista coletiva na sede do Ministério Público, o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, contou como está sendo investigado os assassinatos de Fernando Fidélis e Cícero Belém. Para o procurador-geral, tudo está ligado ao crime organizado, que “nunca morreu no Estado”.

De acordo com Fonseca, o Ministério Público está atuando no assassinato do fazendeiro Fernando Fidélis, ocorrido na última sexta-feira, com os promotores Marcos Mousinho e Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. Há duas versões para o caso, a primeira, do próprio acusado, Edson Tavares, de que ocorreu uma briga na cela. “Essa já foi descartada e a outra é do envolvimento de Fidélis com o tráfico de drogas, que está sendo investigada”, afirmou.

Sobre o crime organizado, o procurador revelou que esta é a terceira linha de investigação, assim, provavelmente, as mortes de Fidélis e Cícero Belém, ocorrida na última segunda-feira, estariam interligadas. “Pelas evidências, existem indícios muito fortes para acreditarmos nessa ligação”, disse.

Ainda nesta tarde, o procurador se reunirá com o diretor de Polícia Civil, Robervaldo Davino, o delegado responsável pelo caso de Fidélis, Marcílio Barenco, e outras autoridades, para definir o rumo das investigações e a situação do assassinato de Cícero Belém, que é responsável por vários crimes no interior e por roubo de cargas.

“Amanhã deverá sair no Diário Oficial a convocação da promotora Carla Padilha, do Grupo Nacional de Combate à Organização Criminosa, que auxiliará no caso de Fidélis”, disse.

As investigações sobre o caso de Fidélis são feitas em conjunto, entre a Polícia Civil e o Ministério Público, e deverão ser concluídas em um mês. Caso seja confirmada a ligação com o caso de Cícero Belém, será resolvido se os dois delegados continuarão envolvidos ou se apenas um será responsável.

Atualmente, o delegado Jobson Cabral é responsável pela investigação da emboscada, que matou Cícero Belém, e o delegado Marcílio Barenco investiga o assassinato de Fidélis, ocorrido no presídio Baldomero Cavalcanti.

Retorno de Cavalcante

Sobre a possibilidade do tenente-coronel Manoel Cavalcante voltar a Maceió, o procurador é bastante receoso e disse que entrará em contato com o procurador-geral de Pernambuco, Francisco Soares, para impedir esse retorno.

“Fala-se que ele (Cavalcante) ainda tem o poder do crime organizado mesmo dentro do presídio, então, a vinda dele é temerária, neste momento e em qualquer outro”, explicou.

Caso não seja possível impedir o retorno de Cavalcante, o procurador disse que o esquema de segurança deverá ser reforçado, por ele ser um preso considerado de alta periculosidade.