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Nova modalidade de seqüestro preocupa polícia

Um jovem filho de usineiro foi abordado por uma falsa blitz montada na rodovia para Capela, à 200 metros do Fórum de Atalaia; ele foi trocado por R$ 20 mil depois de ficar mais de cinco horas dentro do porta-malas do próprio carro. Essa nova modalidade de sequestro está intrigando a polícia, que admite estar surpreendida.

Um jovem filho de usineiro foi abordado por uma falsa blitz montada na rodovia para Capela, à 200 metros do Fórum de Atalaia; ele foi trocado por R$ 20 mil depois de ficar mais de cinco horas dentro do porta-malas do próprio carro.

Em Maceió, um médio-empresário e a família ficaram horas sob a mira de armas; eles felizmente convenceram os seqüestradores de que não tinham dinheiro em casa – e os bandidos concordaram em levar os dois carros e cerca de R$ 5 mil em jóias, celulares e eletrodomésticos.

No momento em que você está lendo esta notícia, cinco pessoas em Alagoas permanecem em cativeiro; o mês de outubro bateu todos os recordes de seqüestros e o diretor da Polícia Civil, Robervaldo Davino, admite que a polícia está diante de uma nova e surpreendente modalidade de crime.

“Há o seqüestro tradicional, com a vítima sendo mantida em cativeiro por quinze a vinte dias, há o seqüestro-relâmpago, que é aquele em que a vítima é levada para realizar saques em caixas eletrônicos, e, há esse tipo de seqüestro agora, que não é uma coisa nem outra”, explicou Davino.

VIOLÊNCIA

Das cinco pessoas que ainda estão sendo mantidas como reféns, uma a polícia não tem certeza de que será encontrada com vida. Trata-se do estudante Guilherme Cabral, cujo veículo foi localizado carbonizado num matagal em Jacarecica; embora garantam que estão empenhadas em esclarecer o caso, as autoridades policiais concordam que as características do crime não garantem que o estudante tenha sido vítima de seqüestradores.

Para o delegado Davino, a nova modalidade de seqüestro é em nível nacional e, “infelizmente, chegou a Maceió”.

Ex-secretário de Defesa Social, o delegado assumiu o cargo de diretor da Polícia Civil queixando-se da superlotação das celas nas delegacias; existem 455 presos nas diferentes delegacias especializadas e mais 16 no xadrez da sede do Tigre – grupamento especial da Polícia Civil treinado para resolver crimes de seqüestros; Davino disse que o pessoal do Tigre, hoje, virou carcereiro de presos especiais que a polícia tenta em vão transferir para os presídios.

“Não temos condições de manter esses presos nas delegacias, até porque não temos dotação orçamentária para garantir a alimentação deles”, sustentou.

Mas, o ex-secretário traça o quadro positivo da segurança pública em Alagoas; ele disse que, em 1998, haviam apenas 550 no sistema prisional do Estado e hoje são 1. 575 vagas, onde estão encarcerados 3 mil presos, um terço dos quais condenados pela Justiça.

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