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"Suspeita de que pode ter agido" ou "suspeita de que tenha agido"?

A dica de língua portuguesa de hoje trata do emprego dos verbos no modo subjuntivo.

“Há suspeitas de que o menor C.P. pode ter agido em parceria com outra pessoa”, diz um dos policiais envolvidos na investigação do caso.

O fragmento reproduzido acima foi extraído da edição de hoje do jornal “Gazeta de Alagoas”. Convém observar o emprego da forma verbal feito pelo policial que emitiu a declaração. O uso do verbo “poder” é redundante nessa construção, pois o termo “suspeitas” já sugere que não há certeza de que a ação tenha ocorrido.
Por outro lado, o verbo que completa um nome que indica dúvida, incerteza ou possibilidade (como é o caso de “suspeitas”) deve estar no modo subjuntivo.
Ora, temos então que o ideal seria dizer: “Há suspeitas de que o menor tenha agido” ou, eliminando o termo “suspeitas”, dizer: “O menor pode ter agido”.
O fato é que a idéia de possibilidade não deve aparecer duas vezes. Usando o termo que por si só já denote essa idéia, evita-se o emprego do verbo “poder”, que soa redundante.

Veja, abaixo, o texto reformulado de duas maneiras:

“Há suspeitas de que o menor C.P. tenha agido em parceria com outra pessoa”, diz um dos policiais envolvidos na investigação do caso.

“O menor C.P. pode ter agido em parceria com outra pessoa”, diz um dos policiais envolvidos na investigação do caso.

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