O secretário-geral da Mesa do Senado, Raimundo Carreiro da Silva, afirmou nesta sexta-feira que foram confirmadas 171 assinaturas de deputados e 35 de senadores a favor do requerimento.
Foi por pouco, mas a oposição conseguiu que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios seja prorrogada até abril de 2006. O secretário-geral da Mesa do Senado, Raimundo Carreiro da Silva, afirmou nesta sexta-feira que foram confirmadas 171 assinaturas de deputados e 35 de senadores a favor do requerimento. Eram necessárias exatamente 171 assinaturas de deputados, além de 27 de senadores, o correspondente a um terço de cada Casa.
No início da manhã, o fim dos trabalhos da CPMI em 11 de dezembro e a vitória dos governistas foram dados como certos com o anúncio de que diversos parlamentares tinham retirado suas assinaturas do requerimento que pedia a prorrogação dos trabalhos por mais 120 dias. Até a 0h, o documento tinha 170 nomes de deputados, um a menos que o necessário.
No entanto, depois de uma conferência de assinaturas realizada durante duas horas por funcionários da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, constatou-se que foram alcançados os 171 nomes – foram retirados 66, quatro não conferiram, 30 eram repetidos e um estava ilegível. No Senado, foram 35 assinaturas. O trabalho foi feito a partir de um livro em que se encontram três modelos de assinatura de cada deputado.
De acordo com a conferência realizada na tarde desta sexta, o deputado Wladimir Costa (PMDB-PA) solicitou a retirada de seu nome às 23h37 de quinta. Mas, sua assinatura no requerimento foi registrada às 23h59, faltando um minuto para o encerramento do prazo. De acordo com Carreiro, a cronologia dos atos foi respeitada, tendo prevalecido a inclusão da assinatura e não a retirada.
A maioria dos deputados que retiraram assinatura ao longo da quinta-feira pertence ao PMDB, PP e PTB. No entanto, 12 parlamentares da oposição (3 do PFL, 1 do PSDB, 2 do PV e 6 do PDT) também seguiram a posição da base aliada. Na tentativa de manter a prorrogação da CPMI, o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP), chegou a apresentar às 23h59 – um minuto antes do prazo limite – 20 novas assinaturas em apoio ao requerimento.
Recurso- O deputado Carlos Willian (PMDB-MG) disse há pouco que irá recorrer da decisão da Secretaria-Geral do Senado de levar em conta o seu pedido de apoio à continuidade da CPMI dos Correios em 2006. Ele quer que seja considerado válido o pedido contrário à prorrogação da CPMI.
Willian reconhece que chegou a assinar um requerimento em favor da ampliação do prazo para a conclusão do trabalho da comissão de dezembro para abril do ano que vem. Mas ele afirma que depois retirou o apoio à prorrogação do prazo, assinando outro documento.
"Na terça-feira, assinei o pedido em favor da prorrogação. Mas, ontem, fui à comissão e vi que o trabalho estava mais político do que técnico. Já tinha chegado à conclusão quando o líder do meu partido – deputado Wilson Santiago (PB) – ligou me solicitando que retirasse a assinatura. Assinei o requerimento de retirada às 17h15 de quinta", afirma o deputado mineiro, que está em viagem no interior do Estado.
Ele argumenta que a oposição apresentou o requerimento de prorrogação com a sua assinatura depois da base aliada ter apresentado o documento contra a ampliação do prazo. "A oposição usou uma estratégia mais inteligente que a do governo, de entregar minha assinatura por último. Mas, ainda assim, isso não está de acordo com a minha última vontade. Vou entrar com recursos para que prevaleça a minha assinatura de retirada".