Mas, para que as pequenas cidades se beneficiem com os lucros gerados por esse negócio, é necessário garantir o desenvolvimento sustentável e planejado do setor. Apenas 50% do dinheiro que o turista gasta ficam na cidade de destino, aponta o coordenador do Núcleo de Estudos Avançados em Turismo e Hotelaria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Gustavo Medeiros.
A atividade turística é um dos setores que mais gera empregos em pequenas e médias cidades com atrativos e belezas naturais. Dados da Embratur apontam que, em 2003, o número de pessoas no país empregadas no setor turístico era de 1.397.216.
Mas, para que as pequenas cidades se beneficiem com os lucros gerados por esse negócio, é necessário garantir o desenvolvimento sustentável e planejado do setor. Apenas 50% do dinheiro que o turista gasta ficam na cidade de destino, aponta o coordenador do Núcleo de Estudos Avançados em Turismo e Hotelaria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Gustavo Medeiros.
Ele afirma que a maior parte dos recursos vão para os intermediários que levarão o turista até o destino. "As operadoras, agências de viagem, transportadoras aéreas, ficam todas no mercado consumidor. Quando o turista chega, o volume de recursos que vai ao destino é muito menor do que o volume total gasto para aquela viagem".
Para reverter a situação, o professor avalia que as cidades precisam capacitar a população local, incentivar a criação de microempresas comunitárias ou cooperativas para prestar os serviços ligados ao turismo. "Uma cidade onde você não produza um suco de laranja, por exemplo, não tenha a produção local de algum produto ela deve tentar fazer umas substituições destes produtos e não importá-los de fora tentando reter ao máximo, na própria cidade, os benefícios econômicos".
Se não for bem planejado, o impulso econômico gerado pelo turismo também pode trazer prejuízos sociais. Segundo Luiz Gustavo Medeiros, as cidades turísticas atraem grande número de mão-de-obra no momento da construção de hotéis, mas essas pessoas, sem qualificação para trabalhar na indústria turística, acabam por ficar no entorno ou na própria cidade criando bolsões de pobreza. "Tudo isso pode ser evitado com um projeto de planejamento e com uma série de ações de gestão social e econômica nas cidades".