Contra um adversário modesto, numa rodada de confrontos entre equipes tradicionais na Europa, a seleção brasileira marcou o início de seu caminho até a Copa com uma vitória, como já era esperada, tranqüila.
Contra um adversário modesto, numa rodada de confrontos entre equipes tradicionais na Europa, a seleção brasileira marcou o início de seu caminho até a Copa com uma vitória, como já era esperada, tranqüila.
No primeiro jogo após o encerramento das eliminatórias sul-americanas, o time do técnico Carlos Alberto Parreira bateu os Emirados Árabes em Abu-Dhabi por 8 a 0. Os principais destaques da goleada foram os reservas, que entraram no segundo tempo e mostraram serviço na briga para ir ao Mundial.
No segundo tempo, Parreira promoveu as entradas de Cicinho, Roque Júnior, Gustavo Nery, Edmílson, Gilberto Silva, Ricardinho, Juninho Pernambucano e Fred. A entrada dos suplentes, que na teoria estão na disputa por vagas no grupo que vai à Copa, deu uma feição completamente diferente ao time, que se mostrou muito mais aguerrido na etapa final.
O Brasil, que teve um primeiro tempo apático e foi para o intervalo ganhando por 1 a 0, mudou de postura com a drástica mudança na escalação. A entrada daqueles que brigam para ir à Alemanha deu velocidade e qualidade ao jogo. Com um time mostrando vontade, não foi complicado a construção da goleada.
Os destaques da equipe em Abu-Dhabi foram Juninho Pernambucano, que marcou dois gols e deu passe para outros dois, Fred, que balançou as redes duas vezes, e Gustavo Nery na lateral-esquerda.
"O técnico mexeu bem, e o time goleou", brincou Parreira após a vitória nos Emirados Árabes. "Falando sério, o time jogou mais solto no segundo tempo, com os laterais bem abertos e duas referências de área, que foram o Fred e o Adriano. Fechamos o ano com chave de ouro. Um ano marcado pela conquista da Copa das Confederações e pela classificação nas eliminatórias", emendou o treinador em entrevista à Rede Globo.
Foi o último jogo do atual campeão mundial na temporada. O Brasil, que jogaria na próxima terça-feira contra um combinado do Kuwait, teve a partida amistosa anulada pela Fifa, que entende que, num confronto que não seja entre duas seleções, os clubes europeus não têm obrigação de ceder seus jogadores.
Na primeira oportunidade após a classificação de preparar o time para a Copa, a seleção não encontrou um desafio à altura da importância do projeto "Alemanha-2006". Os Emirados Árabes são adversários fracos, não tiveram sucesso nas eliminatórias asiáticas e ocupam apenas a 89ª posição no ranking da Fifa, relação liderada há anos pelo Brasil.
O primeiro lance de perigo da seleção brasileiro aconteceu logo aos 4min, quando Cafu foi acionado pela direita, cortou um marcador e, mesmo sem ângulo, bateu para a boa defesa do goleiro Rabie.
Sete minutos depois, os Emirados Árabes iniciaram contra-ataque perigoso depois de um erro de Roberto Carlos. Após troca de bolas, Khalil, já dentro da área, bateu por cima do gol de Dida.
A seleção abandonou momentaneamente a apatia aos 20min, num lance inspirado de Kaká. O jogador do Milan arriscou a finalização de longe, mas a bola bateu num adversário. No rebote, o meia brasileiro entrou na área, cortou dois marcadores e bateu forte na saída do goleiro para abrir o placar.
Depois do gol, o Brasil teve dificuldades para chegar à área adversária. Por sua vez, a seleção da casa conseguiu freqüentar o campo de defesa brasileiro. Apesar da desenvoltura na troca de passes, os árabes, no entanto, não acertaram o gol de Dida.
No começo da etapa final, logo aos 7min, Gustavo Nery, que entrou bem no jogo, fez jogada individual e acabou derrubado na área. Na cobrança do pênalti, Adriano converteu com categoria no canto direito, aumentando o placar.
Cinco minutos depois, Fred foi acionado na frente, ganhou na corrida da marcação e bateu forte, rasteiro, para fazer o terceiro gol brasileiro. Aos 19min foi a vez de Lúcio marcar para a seleção, desviando de cabeça um escanteio perfeito batido por Juninho Pernambucano.
Pouco depois, Juninho Pernambucano ampliou a goleada brasileira com uma cobrança de falta precisa. O meia voltou a marcar aos 34min, desviando de cabeça um bom cruzamento de Gustavo Nery.
Cinco minutos mais tarde, Fred ampliou a goleada, com um belo gol de voleio depois do cruzamento de Juninho Pernambucano. No último minuto, Cicinho recebeu de Ricardinho na área e definiu a goleada brasileira com um chute cruzado.
Ismael Rabie (Abdulla); Omman Aljaenne, Basher Shaced e Ali Musaree; Saleh Ebead (Khater), Ali Alweheby, Abid Alrahem Junaee, Ismaeed Matar e Ali Abass; Hader Alo Ali e Khalil (Saad)
Técnico: Bader Saleh
Dida; Cafu (Cicinho), Lúcio, Juan (Roque Júnior) e Roberto Carlos (Gustavo Nery); Emerson (Gilberto Silva), Zé Roberto (Edmílson), Kaká e Ronaldinho Gaúcho (Ricardinho); Robinho (Fred) e Adriano (Juninho Pernambucano)
Técnico: Carlos Alberto Parreira