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Adolescente de 16 anos descobre método para identificar Mal de Chagas

Natália Évelin Martins foi premiada por ter criado um novo processo para identificar o Mal de Chagas. O trabalho, intitulado Análise da Reatividade do IGC Antiepimastigotas fixadas de Trypanosoma cruzi em soros de pacientes portadores de diferentes doenças parasitárias parece complicado, mas trata de um novo método para diagnosticar a doença por exame de soro.

Uma menina de 16 anos, moradora de uma favela em Belo Horizonte e aluna do ensino público foi a ganhadora do 21º Prêmio Jovem Cientista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq), na categoria Ensino Médio. Natália Évelin Martins foi premiada por ter criado um novo processo para identificar o Mal de Chagas.

Com outros alunos da Escola Estadual Olegário Maciel, Natália foi selecionada pela Fundação Oswaldo Cruz para participar de um programa de vocação científica. Os estudantes podiam escolher sua área de preferência e ela optou pelo laboratório de Doença de Chagas. "Sempre me interessei muito pela doença de Chagas", contou a estudante em entrevista à Rádio Nacional AM. "Todo mundo tem a visão de que é uma doença de interior, só porque está controlada, e não tem importância. Mas é uma doença importante, tem milhões de casos no Brasil e na América Latina", afirmou.

O trabalho de Natália, intitulado Análise da Reatividade do IGC Antiepimastigotas fixadas de Trypanosoma cruzi em soros de pacientes portadores de diferentes doenças parasitárias parece complicado, mas trata de um novo método para diagnosticar a doença por exame de soro, usando um aparelho já existente na maioria dos hospitais brasileiros.

Segundo a estudante, além de mais eficaz, o novo procedimento descartará a falha humana na detecção da doença. "Acho que os dois pontos importantes para o Brasil na Doença de Chagas é o controle e contenção da doença, porque um diagnóstico com falhas causa muitos danos".

Natália não se preocupa com o fato de ainda não ter recebido propostas de laboratórios ou empresas multinacionais. "Espero que ninguém me procure não, para eu poder dar continuidade. Mas se algum dia eu desenvolver alguma coisa a ponto de patentear e tudo mais, sou do seguinte acordo: que é um bem para o meu país tem de ser livre. Para fora, eu já não sei".

A jovem cientista sabe que ainda tem um longo caminho a percorrer. "A Ciência é uma coisa muito demorada, às vezes leva dez ou quinze anos. Ele (o projeto) ainda tem de ser realizado novamente, tem de ser testado, tem de ser contestado", lembrou.