De acordo com o advogado Julio César Cavalcante, os clientes dele – presos sob a suspeita de dificultar as investigações do caso Fernando Fidélis – estão fazendo greve de fome. O primeiro a aderir a greve foi o chefe da guarda José Jorge, na sexta-feira, 19. Em seguida (na noite do sábado, 20), Cristiano Ferreira (agente penitenciário) e Mário Jorge (diretor de disciplina do Baldomero Cavalcante) também deixaram de comer.
De acordo com o advogado Julio César Cavalcante, os clientes dele – presos sob a suspeita de dificultar as investigações do caso Fernando Fidélis – estão fazendo greve de fome. O primeiro a aderir a greve foi o chefe da guarda José Jorge, na sexta-feira, 19. Em seguida (na noite do sábado, 20), Cristiano Ferreira (agente penitenciário) e Mário Jorge (diretor de disciplina do Baldomero Cavalcante) também deixaram de comer.
O motivo para a greve de fome – segundo Cavalcante – seria o fato deles estarem se sentindo injustiçados. “Eles alegam inocência e realmente não estão envolvidos. Eles estão pagando o pato por terem trabalhado no setor operacional do presídio”, colocou o delegado, que convocou a imprensa para uma coletiva com os três presos, na sede da Polícia Federal. O superintendente Rogério Cotta barrou a entrevista.
Indagado sobre o que os presos queriam falar, Cavalcante disse não saber. “Eles não falaram nem para mim. Eles queriam mesmo é desabafar com a imprensa sobre a injustiça que vinham sofrendo, mas os detalhes só realmente com eles mesmos”, disse. Os familiares de Cristiano Ferreira estiveram – na manhã de hoje – na sede da Polícia Federal. “Desde ontem que eu trago comida para ele, mas os depósitos voltam do mesmo jeito. Hoje, ele disse que nem adianta servir o almoço porque não vão tocar na comida”.
De acordo com o chefe da custódia da Polícia Federal, Antonio Neves, “as quentinhas que foram entregues aos presos no horário do almoço realmente retornaram intactas”, mas o mesmo não aconteceu com o café da manhã, o que revela indícios de que os presos furaram a greve de fome que eles mesmos deflagraram. O advogado sustenta que “não houve isto”.
“Eu estive com eles. Eles estão pálidos e apresentam sintomas de quem não come há pelo menos dois dias. Inclusive a família já acionou um médico para dar uma olhada no caso”, disse Julio César Cavalcante. “Meus clientes estão revoltados com a forma como aconteceu as prisões”, complementou.
Cavalcante entrou com o pedido de revogação da prisão, na sexta-feira, 19, mas este ainda não foi julgado. “Não há sentido os três estarem presos. Acredito que eles sejam libertos ainda nesta semana”.
Para os familiares de Cristiano Ferreira, o agente penitenciário foi usado como laranja para livrar a cara de “grandes envolvidos”. “Quando passar essa tempestade, eu que não quero que o meu filho volta a trabalhar naquele presídio. Ele é um rapaz honesto, que mal consegue sustentar a família com o que ganha. Uma das maiores provas de sua honestidade é que ele vivia com dificuldades, porque sobrevivia apenas com os R$ 470, que ganhava como agente. O único defeito dele foi não ter estudado”, disse a mãe Socorro Ferreira.