Entre as reivindicações do movimento com a companhia, estavam a aceleração no processo de eletrificação nos assentamentos e a revisão das taxas de energia cobradas.
Cerca de 400 trabalhadores rurais sem terra decidiram não desocupar a sede da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) depois da reunião com o presidente da empresa, Joaquim Brito.
Entre as reivindicações do movimento com a companhia, estavam a aceleração no processo de eletrificação nos assentamentos e a revisão das taxas de energia cobradas. Segundo a coordenadora do Movimento dos Sem Terra em Alagoas, Débora Nunes, em alguns assentamentos o valor cobrado nas taxas de energia são iguais às das áreas urbanas. “Nós queremos que as taxas sejam revistas. É um absurdo vermos em alguns assentamentos famílias que muitas vezes não possuem geladeira nem televisão pagando uma média de R$ 150 por mês. Queremos que as taxas sejam revistas e que as pessoas sejam ressarcidas de alguma forma pelo valor excedente cobrado”, diz.
Para o presidente da Ceal, o fato de os sem terra não desocuparem a sede mesmo tendo todas as reivindicações ligadas à companhia atendidas é considerada absurda. “As questões expostas foram atendidas. Dentro de 15 dias, a contar da desocupação do prédio, todas as medidas serão adotadas. Já o Projeto Luz no Campo, nós conseguimos em 11 meses levar energia para 13 assentamentos, mas não podemos apenas dar prioridade para os assentamentos”, ressaltou Brito.
No início da noite de hoje, representantes dos quatro movimentos de trabalhadores rurais estiveram reunidos com o presidente do Tribunal de Justiça, Estácio Gama, para pedir maior solidariedade do Judiciário quanto às questões agrárias.
Segundo o coordenador do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Marcos Antônio (Marrom), Gama ficou de conversar com os juízes das comarcas localizadas em regiões de maior conflito agrário para que os processos relativos à reforma agrária sejam acelerados. “Nós queremos também que esses juízes vejam a reforma agrária não como uma questão de polícia. A nossa causa é social e estamos sempre dispostos à dialogar”, completou.