Até agora, 15 laboratórios de todo o país e 71 farmácias de Santa Catarina pediram autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir e comercializar medicamentos fracionados. Dois laboratórios já conseguiram a autorização.
A partir do ano que vem, o consumidor brasileiro poderá comprar remédio avulso nas farmácias, ou seja, apenas a quantidade indicada pelo médico. Até agora, 15 laboratórios de todo o país e 71 farmácias de Santa Catarina pediram autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir e comercializar medicamentos fracionados. Dois laboratórios já conseguiram a autorização.
Segundo o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Paulo Santa Rosa, os laboratórios e farmácias estão se preparando para ter condições de produzir e vender medicamentos fracionados. "Hoje duas indústrias já têm registro de medicamentos em forma fracionada. Outros laboratórios estão se preparando, fazendo alterações no seu processo industrial e registrando apresentações de remédios para a venda avulsa", informou.
O gerente-geral de medicamentos afirmou que farmácias de Santa Catarina já entraram com pedido na Vigilância Sanitária para comercializar remédios fracionados e outras estão se adequando. "As drogarias têm que cumprir alguns requisitos da legislação, como mudanças nas instalações e qualificação de profissionais. Com isso, acreditamos que até o final de 2006 teremos boa parte do mercado nacional com venda fracionada."
O porteiro Moisés Melo Silva espera economizar com a compra de remédio avulso. Ele conta que recentemente teve que comprar remédios para o resfriado da filha. "O médico passou uma cartela de antibiótico com 20 comprimidos e foram usados 15. Apenas metade do frasco do xarope expectorante foi usada. E o que sobrou eu joguei fora para não cair na tentação de usar em outra ocasião, sem receita médica", diz ele.
Além da economia de dinheiro, uma das vantagens da venda avulsa de medicamentos é a redução da incidência de automedicação entre os consumidores.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 40% dos pacientes que dão entrada nas emergências dos hospitais com intoxicação são vítimas dos medicamentos. Santa Rosa enfatiza que, para inibir a automedicação, a Anvisa lançou o programa de Uso Racional de Medicamentos. Ele explica que o combate a automedicação depende do envolvimento de vários profissionais que trabalham na área.
A Anvisa pretende promover quatro seminários em todo o país com representantes das federações de médicos e farmacêuticos para discutir o uso racional e a propaganda de medicamentos.