Quando a polícia carioca sobe o morro no Rio de Janeiro; quando nos confrontos com traficantes e bandidos civis há troca de tiros e “baixas” dos dois lados, não pense a sociedade que a força pública está cumprindo com o seu dever.
Quando a polícia carioca sobe o morro no Rio de Janeiro; quando nos confrontos com traficantes e bandidos civis há troca de tiros e “baixas” dos dois lados, não pense a sociedade que a força pública está cumprindo com o seu dever.
Infelizmente, o primeiro cuidado que o turista ou visitante comum que chega ao Rio deve tomar é evitar a polícia – no Rio a polícia é inimiga; mata e rouba.
Não vamos generalizar; há homens de bem nas três polícias – militar, federal e civil; mas eles devem ser minoria ou não então não estão nos postos-chaves.
Só assim se explica o fato de que integrantes das três forças policiais estejam envolvidos em crimes, e as autoridades cariocas finjam não ver o problema aos seus pés e insistam em passar para a sociedade a versão mentirosa sobre a origem dos crimes praticados diariamente na Cidade Maravilhosa – que continua linda, apesar dos bandidos que viraram policiais.
Quero ser abordado pelo pior dos delinqüentes cariocas; no máximo ele vai me levar o que conduzo em valores – celular, cartão de crédito, cheques, etc.; mas, peço a Deus para não me deixar frente a frente com policiais cariocas, sejam de qualquer instituição, estadual ou federal, pois, com certeza, ninguém sai vivo ou incólume dessa abordagem; no mínimo eles forjam flagrantes – se não tiver chance eles matam para eliminar testemunhas.
Se for na alfândega do aeroporto, então, o risco de morte é maior.
De ordinário, a polícia sobe o morro para extorquir; vai cobrar a propina que o traficante ou o assaltante deixou de pagar.
Quem leu os antológicos livros do espetacular Caco Barcelos (O Abusado e Rota 66) conhece muito bem como agem as polícias do Rio e de São Paulo; quem não leu, não tem autoridade para falar sobre a violência nas duas maiores cidades brasileiras.
O pior é que não se trata de realidade factual; a corrupção na polícia carioca data da década de 1950, quando o general Amauri Kruel – o covarde que traiu o presidente João Goulart – era secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Na gestão do general foi montada a rede de corrupção policial que se aperfeiçoou e se expandiu, envolvendo hoje as policias militar, civil e federal. Ao invés de ter sido preso – leiam os livros de Zuenir Ventura – o general acabou promovido; foi nomeado comandante do II Exército (São Paulo) e a impunidade, sem dúvida, alimentou o descalabro.
Se o carioca e o brasileiro quiserem paz no Rio de Janeiro, a primeira providência é acabar com a polícia e começar tudo de novo.
Se quiser continuar pelejando vai permanecer dando murro em faca de ponta; o problema da violência no Rio de Janeiro não é o traficante, mas a polícia que alimenta o tráfico, mata e rouba.