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Comissão vota nesta quarta-feira convocação de Palocci, que só queria depor em janeiro

Em 22 de novembro, os senadores da CPI chegaram a acordo de que Palocci compareceria na qualidade de convidado, e que a data seria acertada por Efraim.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), vai colocar em votação nesta quarta-feira (7) requerimento de convocação do ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

A comunicação já foi feita ao ministro, que tentou negociar nesta terça-feira (6), sem sucesso, o adiamento da sua vinda ao Senado Federal para o início do próximo ano. Antes, oposição e governo tinham firmado acordo de que o ministro compareceria à CPI até o dia 10 de dezembro.

Em 22 de novembro, os senadores da CPI chegaram a acordo de que Palocci compareceria na qualidade de convidado, e que a data seria acertada por Efraim. Entretanto, as tentativas do presidente e da assessoria da comissão foram infrutíferas, o que obrigou Efraim a marcar a data da votação do requerimento de sua autoria que convoca o ministro.

O relator do colegiado, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu a votação do requerimento.

– O ministro não virá mais à CPI a convite – confirmou Garibaldi.

Palocci deverá comparecer à CPI dos Bingos para falar a respeito de denúncias sobre um suposto esquema de cobrança de propina junto a empresas de Ribeiro Preto (SP), durante sua gestão na prefeitura daquele município. Tais recursos teriam sido usados para formação de "caixa dois" do PT a fim de financiar campanhas eleitorais do partido.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) aplaudiu a decisão do presidente da CPI. Para ele, Efraim estava apenas cumprindo o que foi acertado entre governo e oposição. Jefferson alertou que, se o ministro não se sair bem na CPI, "ele poderá chutar o pau da barraca e deixar o governo". Se isso ocorrer, observou o senador, "a austeridade fiscal poderá dar lugar à gastança pública". Jefferson defendeu, no entanto, a presença de Palocci na CPI já que, a seu ver, "pesam sobre os ombros dele" sérias denúncias de corrupção na época em que era prefeito de Ribeirão Preto, e que precisam, portanto, ser esclarecidas.