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Ministério Público denuncia dona da Daslu

Eles são acusados pelo Ministério Público pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado e descaminho aéreo tentado (fraude em importações) e falsidade ideológica.

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia à Justiça contra Eliana Tranchesi, dona da butique de luxo Daslu, e mais seis pessoas.

Eles são acusados pelo Ministério Público pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado e descaminho aéreo tentado (fraude em importações) e falsidade ideológica.

No caso de Eliana, a soma das penas mínimas dos crimes pelos quais ela é acusada somam 21 anos de prisão por seis descaminhos consumados e três descaminhos tentados e nove falsidades ideológicas, além de quadrilha ou bando –as penas devem ser somadas.

Os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias, responsáveis pelas investigações, também denunciaram o irmão de Eliana, Antonio Carlos Piva Albuquerque, diretor-financeiro da Daslu. Ele também está sujeito a pena de 21 anos.

Os dois, assim como o contador Celso Lima, haviam sido detidos em julho, quando a Polícia Federal realizou uma grande operação dentro da loja por suspeitas de sonegação fiscal. Eliana foi liberada 12 horas depois. O irmão e o contador ficaram detidos por cinco dias.

As outras cinco pessoas denunciados são donas de quatro importadoras que trabalham com a Daslu: Celso de Lima (Multimport), André de Moura Beukers (Kinsberg), Roberto Fakhouri Junior e Rodrigo Nardy Figueiredo (Todos os Santos) e Christian Polo (By Brasil). No caso dos importadores, a pena varia de 2 a 14 anos de prisão.

A denúncia será feita com base no relacionamento entre os donos da butique e das importadoras. Eles são acusados de importação fraudulenta, formação de quadrilha, descaminho aérea consumado, descaminho aéreo tentado e falsidade ideológica.

Segundo os procuradores, as pessoas denunciadas no momento são aquelas em face das quais já há provas de autoria. Não está totalmente excluída a possibilidade de que outras pessoas e outras importadoras tenham integrado a fraude, o que poderá fundamentar novas denúncias.

A Operação Narciso, em que Eliana foi detida, aconteceu em 13 de julho e contou com a participação de 250 policiais federais e 80 auditores da Receita Federal.

Entre as provas apreendidas na Operação Narciso e apresentadas à Justiça Federal encontra-se uma carta, assinada e rubricada em todas as páginas por Celso de Lima, dirigida a Piva de Albuquerque em que consta uma planilha de proposta de subfaturamento. Na planilha é mencionada, inclusive, a economia anual em impostos que seria obtida em razão da adoção de um ou outro índice de subfaturamento.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Daslu afirmou que a loja ainda não foi comunicada oficialmente da denúncia.

Em entrevista à Folha de S.Paulo no final de novembro, Eliana afirmou que sua detenção ainda ‘dói’ e que ficou ‘muito magoada’ com o episódio.

Mesmo assim, ela afirmou que o negócios da Daslu ‘nunca estiveram tão bem’ e que a butique conquistou 18 mil novos clientes desde junho, quando a empresa se mudou da Vila Nova Conceição para a Vila Olímpia.