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Universidades desenvolvem pesquisa sobre hipertensão e diabetes

Por meio de um consórcio, sete universidades brasileiras irão investigar a partir do próximo ano, até 2008, as reais causas da hipertensão e do diabetes, duas das doenças que mais matam no Brasil. O estudo conta com investimento de R$ 22,6 milhões do governo federal.

Sete universidades públicas brasileiras vão desenvolver a maior pesquisa de saúde pública já realizada na América Latina. Por meio de um consórcio, vão investigar a partir do próximo ano, até 2008, as reais causas da hipertensão e do diabetes, duas das doenças que mais matam no Brasil. O estudo conta com investimento de R$ 22,6 milhões do governo federal.

O consórcio é formado pela Universidade de São Paulo (USP), pelas universidades federais da Bahia (UFBA), do Espírito Santo (Ufes) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é fazer um diagnóstico da população brasileira a partir do monitoramento de aproximadamente 15 mil pessoas pesquisadas. Elas serão recrutadas pelas instituições de pesquisa a partir de janeiro e acompanhadas por 20 ou até 30 anos. A cada ano, serão convocadas para exame.

Para que se tenha uma idéia da importância desse estudo, a hepatite contamina um número bem maior de pessoas que a aids no Brasil. A Organização Mundial de Saúde estima que 2 milhões de brasileiros sejam portadores do vírus B e 3 milhões, do C – são os dois mais preocupantes. Já o HIV tem 600 mil portadores, segundo o governo federal, e 10,9 mil morreram de aids em 2004.

“A proposta é conhecer a saúde dos adultos brasileiros e identificar como diferentes fatores na vida dessas pessoas agem na predisposição da hipertensão ou do diabetes”, explicou o secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do Ministério da Saúde, Moisés Goldbaum.

“Esse é o primeiro grande estudo que checará as ‘verdades’ colocadas até o momento sobre diabetes e hipertensão”, afirmou a diretora de ciência e tecnologia do Ministério da Saúde, Suzanne Serruya. “A partir daí, o governo terá mais elementos para melhorar as atuais políticas públicas, formular ações cada vez mais direcionadas, considerando as realidades regionais, e executar medidas de prevenção dessas doenças, o que, na prática, também resultará em menos despesas para a rede pública de saúde.”

O trabalho, denominado Estudo Multicêntrico Longitudinal em Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus (EMLDCD), também é conhecido como Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa–Brasil). O percentual de prevalência da hipertensão chega a 35% da população brasileira com idade igual ou superior a 40 anos. Ou seja, cerca de 12 milhões de pessoas. No caso do diabetes melito, esse índice é de 11%, o que representa quase quatro milhões de brasileiros nessa faixa etária. (Sonia Jacinto, com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde)