A decisão, em caráter de liminar, foi concedida pelo ministro Cezar Peluso. Não há data para julgar o mérito do habeas corpus.
O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu ontem liberdade provisória ao ex-goleiro Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, preso desde junho sob a acusação de envolvimento com o tráfico de drogas. Ele deve deixar hoje a Penitenciária 2 de Tremembé (138 km de SP).
A decisão, em caráter de liminar, foi concedida pelo ministro Cezar Peluso. Não há data para julgar o mérito do habeas corpus.
O advogado Sidney Gonçalves, que defende Edinho, afirmou que o STF entendeu que o ex-jogador "preenche" todos os requisitos para ter direito a responder o processo em liberdade.
"O Edinho não tem antecedentes criminais, possui uma ocupação fixa, tem residência e entregou o passaporte à Justiça. Ele irá se apresentar a todas as audiências judiciais referentes ao processo. A próxima é no dia 28 de dezembro, no Fórum da Praia Grande", afirmou Gonçalves.
No último dia 29, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou outro pedido de habeas corpus.
O advogado disse que irá levá-lo hoje para Santos para encontrar com o pai e a família. Procurado ontem pela reportagem, Pelé não quis falar sobre o assunto. Logo após a prisão de Edinho, ele chorou e disse que, por excesso de trabalho, não conseguiu perceber o vício do filho. Ele foi informado por Gonçalves sobre a decisão judicial de libertar o seu filho.
"Ele [Pelé] ficou muito emocionado e disse que sempre confiou na Justiça", contou o advogado. Edinho, de acordo com Gonçalves, receberá tratamento contra sua dependência química.
O ex-jogador é réu em um processo por associação ao tráfico de drogas que tramita no Fórum Criminal da Praia Grande.
Edinho é acusado de ter ligações com Ronaldo Duarte Barsotti, o Naldinho, apontado pela polícia como um dos principais traficantes do litoral sul. O ex-jogador nega as acusações e disse ser apenas dependente de drogas.
Os dois e mais dez pessoas respondem ao processo criminal. Apenas Edinho e o advogado Nicolau Aun Júnior receberam direito de responder em liberdade. Todos os acusados foram presos durante uma operação que teve como base escutas telefônicas.
Por questões de segurança, Edinho ficou detido desde 28 de junho em Presidente Bernardes, onde era submetido ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), considerado o mais rígido de todo o país. Lá, ele recebeu a visita do pai. Depois, em 6 de outubro, foi levado a Tremembé.
Também por decisão do STF, o universitário Gaby Boulos, 27, acusado de violentar uma menina de 12 anos que fazia malabares em um semáforo, foi solto na última quarta-feira, após obter liminar de habeas corpus concedida pelo ministro Marco Aurélio de Mello.
Na decisão do ministro, consta que as premissas do decreto não são suficientes para respaldar a prisão preventiva de Boulos. Um laudo médico confirmou que a menina sofreu atentado violento ao pudor. A garota reconheceu Boulos como o autor do crime.
Colaborou o Agora