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Saddam Hussein volta a ser julgado em Bagdá

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003), voltou a ser julgado nesta quarta-feira em Bagdá, junto a outros sete de seus colaboradores, pelo massacre de 143 xiitas na cidade de Dujail, no ano de 1982.

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003), voltou a ser julgado nesta quarta-feira em Bagdá, junto a outros sete de seus colaboradores, pelo massacre de 143 xiitas na cidade de Dujail, no ano de 1982. Saddam boicotou a última audiência do julgamento, ocorrida em 7 de dezembro.

A audiência foi declarada aberta às 11h29 (6h29 de Brasília) e o ex-ditador se sentou no banco dos réus 11 minutos mais tarde.

O julgamento de Saddam começou oficialmente em 19 de outubro passado. Nesse dia, o juiz que preside a audiência, Rizgar Mohammed Amin, suspendeu o processo devido à resistência das testemunhas em depor. O ex-ditador voltou a ser julgado em 28 de novembro último –40 dias depois– mas novamente houve uma suspensão para que a equipe de defesa substituísse três advogados: dois que foram assassinados, e um que fugiu.

No último dia 5, novamente o Tribunal Especial Iraquiano se reuniu para julgar Saddam. As primeiras testemunhas –incluindo uma mulher– prestaram seu depoimentos e revelaram os horrores supostamente cometidos por Saddam contra os moradores de Dujail. Os testemunhos enfureceram o ex-ditador, que chegou a mandar o juiz para o "inferno". Na última audiência, no dia 7 passado, Saddam boicotou o julgamento e não compareceu ao tribunal, alegando maus-tratos e dizendo ter sido impedido de tomar banho, usar roupas limpas e caminhas no pátio da prisão.

O juiz acabou por decidir realizar o julgamento sem a presença de Saddam, mas o processo foi novamente adiado.

Testemunhas

Nesta terça-feira, a equipe de defesa soltou um comunicado informando que Saddam apareceria no julgamento. A Promotoria informou ter "muitas evidências" dos abusos cometidos em Dujail pelo ex-ditador, que ainda serão apresentados no tribunal.

De acordo com promotores –que não quiseram se identificar– ouvidos pela agência de notícias Reuters, há cinco testemunhas para se apresentarem no tribunal. Até agora, oito pessoas foram ouvidas.

Analistas dizem que o juiz Amin deve adiar novamente o julgamento ainda nesta semana. O processo, então, será apenas retomado em janeiro de 2006.

Enforcamento

O antigo presidente iraquiano e seus advogados de defesa enfrentam acusações de crimes contra a humanidade, pelos assassinatos em Dujail, um vilarejo localizado ao norte de Bagdá.

Segundo os promotores, Saddam teria ordenado as execuções depois de uma suposta tentativa de assassinato contra ele ocorrida em 1982 nesse local. A pena máxima prevista é o enforcamento.

O massacre de Dujail não é o único crime atribuído ao regime de Saddam Hussein, mas é o primeiro caso que se conseguiu levar ao tribunal iraquiano, segundo autoridades iraquianas.