Com hotéis e pousadas registrando mais de 80% de ocupação, o quinto destino mais procurado do país se prepara para as próximas temporadas. O secretario Municipal de Turismo, Carlos Gatto, revela o que está sendo feito e as dificuldades enfrentadas para investir no setor que movimenta 30% do PIB de Alagoas.
Com hotéis e pousadas registrando mais de 80% de ocupação, o quinto destino mais procurado do país já se prepara para as próximas temporadas. Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, o secretario Municipal de Turismo, Carlos Gatto, revela o que está sendo feito e as dificuldades enfrentadas para investir no setor que movimenta 30% do Produto Interno Bruto de Alagoas.
Hoje, Maceió tem carência de investimentos na área de hotelaria, o setor privado já está reagindo e temos vários hotéis em construção. Infelizmente, a construção demora um pouco, mas a perspectiva é que os novos hotéis entrem em operação a partir do segundo semestre de 2006. Assim, a previsão é que em 2006 tenhamos, aproximadamente, três mil leitos a mais e em 2007, mais três mil leitos. Então, a previsão é que Maceió aumente a capacidade hoteleira em cerca de 40%, em 2007.
A prefeitura nunca cuidou tanto da praia como está cuidando hoje. Nós fizemos a Operação Mar Aberto, que é um fato histórico na cidade de Maceió. Acho que as pessoas ainda não têm consciência do que é o Mar Aberto, mas, há dez meses nós estamos ligando todos os esgotos clandestinos da cidade.
É um trabalho extremamente complexo porque a prefeitura tem aquelas galerias, aqueles bueiros que vão para a praia para transportar água de chuva, que só deveria ter água quando houvesse chuva, mas, infelizmente, o nosso povo liga o esgoto nesses canais. E o trabalho é de desligamento dessas ligações feitas por agências bancárias, igrejas e inúmeros edifícios. Já conseguimos desligar 80%. O problema é que a dificuldade é muito grande, é tudo enterrado, então o problema não é visto pela população. E ainda tem o problema da responsabilidade, primeiro é feito uma notificação, que vai para o Ministério Público, por crime ambiental, depois fazemos o desligamento.
Outra ação extremamente importante é a ação da limpeza. A quantidade de garis hoje é praticamente o dobro do que existia antigamente. A gente também está implantando uma campanha, junto às rádios AM’s e a mídia impressa, na qual vamos conscientizar a população a respeito de lixo no chão. Para ajudar nesse trabalho, também estamos consertando lixeiras que estavam quebradas e colocando lixeiras na Praia do Sobral, local onde nunca teve lixeiras.
A partir deste mês, recebemos no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares o segundo vôo regular que vem da Itália e dois vôos que vêm da Argentina. Isso com o apoio nosso porque essas agências só colocam vôos fretados se a gente ajudar com algum tipo de divulgação, como folhetos, coquetéis e apresentações feitas para os novos turistas.
Para captar investidores é preciso mostrar as áreas disponíveis na cidade, mostrar os locais apropriados, os projetos viáveis, as linhas de financiamento e os incentivos fiscais. Hoje a prefeitura concede incentivos fiscais a quem investe no litoral norte, onde já temos três hotéis de italianos sendo construídos.
Então, a gente espera que, a partir de 2008, nós tenhamos condições de disputar o número de turistas com outras capitais brasileiras, outras cidades, que estão há mais tempo melhor estabelecidas do que a gente. Maceió é o quinto destino mais vendido dentro do Brasil, mas eu espero que em 2007 tenhamos condições de chegar em primeiro lugar.
Infelizmente, temos meninos nas ruas e, pelas pesquisas, nós vemos que essa é a principal queixa dos turistas no Estado de Alagoas. Para isso, temos instituições da prefeitura, do Estado, federais e privadas tentando combater esse problema, mas é complexo porque a origem disso é a distribuição de renda em Alagoas. Os meninos de rua são reflexos dos 450 anos da monocultura da cana-de-açúcar, que criou essa estrutura social.
Então, a única maneira que eu vejo para se resolver isso é diversificando as atividades econômicas, investindo em educação e estimulando alternativas econômicas, como o setor do Turismo. Agora todas as soluções dos problemas das cidades passam pelos cidadãos, que fazem as cidades.