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Assassino de Guilherme Cabral foge da delegacia

João Tenório Gomes, acusado de ser o autor intelectual do assassinato de Guilherme Cabral, fugiu da delegacia do 7º Distrito Policial, onde estava preso desde o dia 11 de novembro. Nas investigações, um dos envolvidos disse à polícia que o universitário não foi morto por reagir ao assalto.

João Tenório Gomes, acusado de ser o autor intelectual do assassinato de Guilherme Cabral, fugiu da delegacia do 7º Distrito Policial, onde estava preso desde o dia 11 de novembro. Nas investigações, um dos envolvidos disse à polícia que o universitário não foi morto por reagir ao assalto.

De acordo com o delegado Waldor Coimbra Lou, a fuga ocorreu ontem à noite, quando os policiais estavam em horário de janta. “Eram quatro policiais e dois foram jantar, em um revezamento feito todos os dias. Então, os presos conseguiram serrar as grades e fugiram”, explicou.

Os outros dois presos, que fugiram com João Gomes, foram Cristiano Ferreira Costa e Márcio José dos Santos, acusados de assalto. Desde ontem, a polícia faz diligências constantes em busca dos presos.

Assassinato

O universitário Guilherme Cabral teve o carro assaltado no dia 2 de novembro, em uma rua próxima à avenida Rotary. O assalto foi praticado com a ajuda de um gol vermelho, pertencente a João Gomes.

Segundo o delegado, João Gomes e Franklin Roosivelt dos Santos planejaram o assalto. Um homem conhecido como "Marreco", que ainda é procurado pela polícia, dirigia o Gol. Já Edmilton Alexandre dos Santos, o Neném, e Carlos Eduardo Mendonça Costa, o Neguinho (ainda foragido), abordaram o universitário.

No início, a polícia divulgou que Guilherme Cabral teria reagido ao assalto, mas, hoje, quando o delegado ouviu os presos pela fuga, Franklin Roosevelt disse que o universitário não reagiu, mas anotou a placa do Gol, utilizado pelos assaltantes.

“Ele contou essa versão, mas só agora, que João Gomes fugiu. Então, ainda vamos apurar e esperar pelos depoimentos dos outros dois foragidos, que são fundamentais”, afirmou Waldor Lou.

Depois de matar o universitário com dois tiros, a quadrilha enterrou o corpo do estudante em um terreno no Barro Duro e carro foi queimado e deixado em Jacarecica, onde foi encontrado pela polícia um dia depois do crime.

Para tentar despistar a polícia, João Gomes registrou um Boletim de Ocorrência, alegando que seu carro havia sido roubado, mas a polícia achou o depoimento dele suspeito e o prendeu. No mesmo dia, João Gomes mostrou onde foi enterrado o corpo do universitário.

Os presos foram indiciados por formação de quadrilha, seqüestro e latrocício (roubo seguido de morte). O inquérito já foi concluido e está na 3ª Vara Criminal, sob a responsabilidade do juiz Pedro Augusto, que já decretou a prisão preventiva de todos os participantes do crime.

Fuga

A Delegacia do 7° Distrito Policial tem capacidade para seis presos, mas estava com nove, em suas duas celas. Na cela em que os presos conseguiram serrar as grades, havia quatro homens e um não conseguiu fugir porque não conseguiu passar pelo local utilizado na fuga. De acordo com o delegado, a lotação carcerária é um problema atual nas delegacias, já que todos os presos no 7° Distrito tiveram os inquéritos remetidos à Justiça.

Como providências tomadas depois da fuga, o delegado abriu um inquérito e a Corregedoria de Polícia também abriu um processo administrativo para investigar se houve negligência, omissão ou envolvimento de policiais no caso. “Também irei comunicar aos juízes das varas competentes sobre a fuga e se for provado participação de policiais, eles podem até perder o emprego”, disse o delegado.

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