Maior vencedor da São Silvestre, com 14 títulos entre homens e mulheres contra 12 do Brasil, o Quênia busca melhorar seu currículo neste ano com um número recorde de representantes: 18.
Maior vencedor da São Silvestre, com 14 títulos entre homens e mulheres contra 12 do Brasil, o Quênia busca melhorar seu currículo neste ano com um número recorde de representantes: 18.
O país havia reunido sua maior legião em 1995, quando 11 atletas representaram o país africano na prova. Aquele ano marcou o primeiro dos cinco triunfos do maior nome da São Silvestre, o queniano Paul Tergat.
A maior invasão dos atletas africanos acontece justamente no momento em que a rivalidade entre Brasil e Quênia transborda das ruas e já alcança os tribunais.
Como a Folha revelou na terça-feira, a brasileira Fabiana Cristine da Silva, vice-campeã da Corrida de Reis de Cuiabá, em 2004, foi à Justiça para receber o carro 0 km presenteado à vencedora da prova, a queniana Deborah Mengich. Silva alega que sua concorrente não tinha visto para competir.
A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) se manifestou ontem pela primeira vez sobre o tema. Em comunicado assinado pelo presidente Roberto Gesta de Melo, informa que a entidade irá solicitar aos organizadores das principais competições do país que premiem paralelamente os melhores brasileiros, independentemente dos estrangeiros.
A CBAt diz ser importante a presença de atletas de fora para o desenvolvimento da modalidade, mas ressalta que a premiação aos brasileiros mais bem classificados garante um melhor padrão de vida, investimento em treinos e evolução de performances.
A organização da São Silvestre, cuja premiação é de R$ 110 mil, anunciou neste ano um bônus de R$ 10 mil para os melhores brasileiros que ficarem fora do pódio, entre o sexto e o décimo lugares.
Para os estrangeiros mais cotados para a vitória, além da premiação, a São Silvestre oferece a possibilidade de treinar, especialmente para disputas mais longas.
O queniano Robert Cheruiyot, bicampeão da São Silvestre (2002 e 2004), disse que não fez preparação específica para tentar o tri e demonstrou estar mais preocupado com competições futuras.
"A São Silvestre é extremamente difícil e serve de preparação para as maratonas", afirmou ele.
Outro queniano, o campeão da Maratona de Paris, Salim Kipsang, disputa a prova paulistana pela primeira vez, mas disse que quer se preparar para os 42,195 km de Roterdã. "É uma boa prova para testar a velocidade", analisa.
Olivera Jevtic, da Sérvia e Montenegro, que foi campeã em 1998 e não disputa a prova paulistana desde 1999, afirmou que vai aproveitar a corrida para treinar.
Ela disse que deixou a São Silvestre para se dedicar às corridas mais longas. "Retornei justamente para utilizar a prova como preparação", comentou Jevtic, que falou sobre seu doping de 2002. Disse ter tomado, sem conhecimento, um suco com efedrina.