Uma jornalista americana foi seqüestrada e seu intérprete iraquiano foi morto a tiros neste sábado em Bagdá, onde o chefe da diplomacia britânica, Jack Straw, participava de reuniões com os dirigentes iraquianos.
Uma jornalista americana foi seqüestrada e seu intérprete iraquiano foi morto a tiros neste sábado em Bagdá, onde o chefe da diplomacia britânica, Jack Straw, participava de reuniões com os dirigentes iraquianos.
"Um jornalista americano está desaparecido. Estamos investigando", declarou uma fonte da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá interrogada pela AFP, sem precisar se se tratava de um homem ou de uma mulher.
Mas fontes de segurança iraquianas afirmaram que a pessoa seqüestrada era uma jornalista e que seu intérprete foi assassinado pelos homens armados que a levaram, no bairro Adl, no oeste da capital.
De acordo com uma destas fontes, antes de morrer o intérprete iraquiano disse aos primeiros soldados iraquianos que chegaram ao lugar que a jornalista seqüestrada era uma americana.
Outra fonte de segurança disse que a jornalista foi seqüestrada quando ia se encontrar com o político sunita Adnan al-Dulaimi para entrevistá-lo.
Mas o político assegurou que não tinha marcado nenhum encontro com jornalistas ocidentais na sede de seu movimento, o Congresso Nacional do Povo do Iraque.
Soldados americanos foram ao local do seqüestro, a poucas dezenas de metros da sede do partido de Dulaimi.
Enquanto isso, o secretário do Foreign Office, Jack Straw, começava uma série de reuniões com dirigentes iraquianos.
Em uma declaração à AFP insistiu na formação de um governo de união nacional que não seja apenas de fachada.
"Não basta que os representantes políticos digam, como é o caso de hoje, que deve haver um governo de unidade nacional, é preciso assegurar como isso vai funcionar", considerou.
"Devem pensar na forma como um governo baseado em um amplo consenso vai trabalhar, como vão ser tomadas as decisões. Se o governo apenas reproduzir as divisões do país, não será eficaz", advertiu.
Straw, que chegou na sexta-feira a Basra, cidade do sul do Iraque onde seu país possui 8.000 homens, se reuniu principalmente com o primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim Jaafari, e com o presidente Jalal Talabani.
"Recebo com muita satisfação o que você e outros políticos do primeiro escalão estão fazendo para a formação de um governo de união nacional", declarou Straw dirigindo-se a Jaafari.
Straw anunciou em uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro iraquiano a sua intenção de se reunir com representantes dos partidos políticos que questionam os resultados das eleições legislativas, que deram a vitória aos xiitas conservadores.
Reunidos em um grupo chamado Maram (sigla em árabe do Congresso de Rejeição dos Resultados das Eleições Falsificadas), os que protestam esperam o final da missão de observadores internacionais que chegaram a Bagdá para avaliar os resultados da consulta.
Em outro âmbito, Straw declarou que uma retirada progressiva das tropas britânicas era "questão de meses". "Ficaremos aqui o tempo que governo iraquiano quiser. Na prática, esperamos poder iniciar uma retirada progressiva das tropas britânicas, que começaria não em Basra, e sim em uma das outras províncias sob nossa responsabilidade", declarou.
"Esta retirada terá que ser planejada com os iraquianos quando estiverem seguros de que suas próprias tropas poderão assumir plenamente a responsabilidade destas zonas. É uma questão de meses. Estamos aqui para libertar o Iraque, não para colonizá-lo", acrescentou o ministro britânico.