O programa Brasil Alfabetizado, que promove a volta de jovens e adultos à sala de aula, vai atender a população carcerária em 2006. A meta é ensinar mais de cinco mil presidiários de 20 estados a ler e escrever. As aulas serão ministradas nas penitenciárias, em períodos de seis a oito meses.
O programa Brasil Alfabetizado, que promove a volta de jovens e adultos à sala de aula, vai atender a população carcerária em 2006. A meta é ensinar mais de cinco mil presidiários de 20 estados a ler e escrever. As aulas serão ministradas nas penitenciárias, em períodos de seis a oito meses. Os professores terão treinamento especial para conviver com os presidiários e receberão R$ 30,00 a mais do que a bolsa concedida aos demais alfabetizadores do programa, que ganham R$ 120,00.
O treinamento especial consiste em dar autonomia às unidades carcerárias, que construirão a metodologia de ensino de acordo com a realidade das pessoas presas, ou seja, respeitando o tempo e o espaço diferenciado do local. “O preso não perde os direitos humanos. O direito à educação é um deles. O comportamento do detento passa a ser diferente quando ele começa a estudar. Ele vislumbra uma nova vida e melhora até a relação familiar”, afirma Carlos Teixeira, técnico pedagógico da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).
Parceria — O Ministério da Educação firmou parceria com o Ministério da Justiça para investir também na continuidade dos estudos dos detentos. Com recursos de R$ 1,5 milhão, cerca de 46 mil presidiários de sete estados — Paraíba, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Rio Grande do Sul — terão, este ano, aulas da primeira à quarta série do ensino fundamental.
A iniciativa se estenderá a mais de dois mil agentes penitenciários. “A ressocialização só acontece por um processo de educação em todo o presídio. O educador só dá aula se o agente quiser. Por isso, esse profissional, que muitas vezes não completou os estudos, também deve ser integrado ao sistema”, explicou Teixeira. O objetivo das duas ações é oferecer um ensino de qualidade à população carcerária brasileira e, desse modo, prepará-la melhor para o reingresso na vida social.